Aléxia Gasparin | 04 out 2023
O exame de sangue é o termo popularmente utilizado para se referir a qualquer análise realizada a partir do nosso sangue. Esses testes são solicitados por médicos para avaliar o estado geral de saúde do paciente e possibilitar a detecção precoce de diversas doenças.
Portanto, quando mencionamos os exames de sangue, estamos nos referindo a uma série de testes. Neste artigo, explicaremos os principais tipos de exames, discutiremos sua importância e esclareceremos dúvidas comuns sobre eles.
É importante realizar exames periódicos para avaliar nosso estado de saúde, uma vez que diversas doenças são silenciosas e muitos sintomas são comuns a diferentes patologias. Nesse sentido, o exame de sangue é uma das ferramentas mais importantes disponíveis para os médicos, uma vez que pode revelar uma série de informações sobre o corpo.
Seu médico pode solicitar exames de sangue para descartar doenças ou condições de saúde como:
Resumindo, o exame de sangue é essencial para a prevenção, diagnóstico e tratamento de doenças. Vale lembrar que o diagnóstico precoce de doenças contribui para que qualquer tratamento seja mais eficaz.
Temos diversos parâmetros que podem ser analisados nas amostras sanguíneas, cada um com o objetivo de avaliar aspectos específicos do organismo. Essas análises coletam informações importantes como o número de células brancas, níveis de açúcar e gorduras no sangue, e a quantidade de eletrólitos e hormônios presentes no sangue, por exemplo.
Confira, a seguir, os principais exames e o mais comumente solicitados nas consultas médicas:
É o exame laboratorial mais comum, uma vez que ele é imprescindível quando suspeitamos de diversas doenças.
O hemograma avalia as informações sobre os tipos e quantidades dos componentes no sangue:
O hemograma completo detecta desde anemia e plaquetopenias, até indícios de quadros infecciosos e leucemias.
O exame de colesterol ou Perfil Lipídico avalia os níveis de gordura no sangue e pode ajudar a detectar doenças cardiovasculares.
Esse exame também avalia os níveis de triglicerídeos no sangue, que são os níveis de gordura acumulados no nosso organismo, os quais podem formar placas nos vasos sanguíneos favorecendo o risco de AVC (acidente vascular cerebral) e infarto.
Apesar de ambos avaliarem o nível de açúcar no sangue, tratam-se de dois exames distintos. Enquanto o exame de Glicemia aponta a concentração de glicose no sangue no exato momento da coleta, a Hemoglobina Glicada pode ser considerada uma estimativa da média dos últimos 3 meses.
De qualquer forma, estes são exames muito importantes para o diagnóstico e acompanhamento do diabetes, uma doença silenciosa e que muitas vezes não apresenta sintomas, mas pode ter consequências devastadoras.
Também conhecidas por TGO/AST (aspartato aminotransferase) e TGP/ALT (alanina aminotransferase), as Transaminases são enzimas produzidas pelo fígado, importantes para avaliar a saúde hepática. O fígado é responsável pelo metabolismo — e eliminação de diversas substâncias do nosso organismo — e condições que agridem o fígado elevam essas enzimas.
As principais doenças que elevam as transaminases são:
Avalia o excesso ou falta do ácido úrico no organismo. O excesso dessa substância pode contribuir para a formação de cálculos renais, além de causar doenças como a gota, uma condição reumatológica que resulta em dor nas articulações, principalmente em homens.
Avaliam o bom funcionamento da tireoide, glândula que controla todo nosso metabolismo. Quando não está funcionando corretamente, a causa pode ser o hipotireoidismo ou o hipertireoidismo.
A investigação da creatinina e da ureia serve para avaliar a função renal e identificar uma possível insuficiência do órgão.
Esses dois parâmetros permitem ao médico estimar o volume de sangue filtrado pelos rins a cada minuto. Quando eles estão elevados, isso indica que há uma redução na filtragem, ou seja, o paciente apresenta insuficiência renal.
A proteína C reativa (PCR) tem como principal papel avaliar o estado inflamatório do indivíduo. A PCR é chamada de proteína de fase aguda, e é produzida quando o paciente apresenta algum quadro agudo de infecção/inflamação (sepse), determinando sua gravidade e auxiliando no monitoramento do tratamento.
No entanto, para detalhar a origem e o tipo da infecção será necessário fazer exames complementares.
Os eletrólitos são minerais que ajudam a transportar água, bem como conduzir eletricidade pelo nosso corpo. Portanto, são substâncias importantes para o funcionamento do organismo, como é o caso do sódio, potássio e cálcio iônico. O exame de eletrólitos analisa a quantidade desses minerais no sangue e pode ajudar a detectar problemas de saúde, como desidratação e problemas renais.
Avalia a presença do vírus HIV no organismo. O HIV pode permanecer de forma silenciosa no organismo por muitos anos, mas quanto antes for iniciado o tratamento melhor é para prevenir as complicações causadas pela infecção.
O recomendado é que o exame de HIV seja realizado uma vez ao ano. No entanto, sempre que houver um comportamento de risco, o exame deve ser realizado, aguardando a janela imunológica, que é em torno de 30 dias.
Apesar dos testes de gravidez de urina encontrados em farmácias serem confiáveis, uma gestação só pode ser confirmada após a realização de um exame de sangue, além de testes complementares e análise clínica.
Portanto, para confirmar esse diagnóstico o médico sempre irá solicitar um exame de gravidez no sangue, o Beta hCG. Essa análise detecta o hormônio gonadotrofina coriônica humana, que é produzido durante a gestação.
Esse exame também pode ser solicitado em procedimentos pré-operatórios e/ou como requisito para alguns tratamentos estéticos, caso seja importante descartar uma gravidez.
Em geral, laudos laboratoriais apresentam os valores de referência para um exame de sangue, para mostrar quais parâmetros estão com resultados fora do que é considerado esperado. Contudo, essas análises não são utilizadas como única forma de diagnóstico e devem ser interpretadas pelos médicos em conjunto com uma análise clínica.
Por isso, é fundamental sempre submeter seus exames à avaliação de um médico, além de seguir as recomendações que lhe forem passadas.
Antigamente, era orientado até 12 horas de jejum. Porém, atualmente, isso não é mais necessário para a maioria dos exames. Aqui na Hilab não exigimos jejum para nossos exames.
No entanto, é importante observar que o médico pode solicitar um jejum específico para determinados exames, e que o período de jejum pode variar, geralmente ficando entre 4-12 horas. Vale lembrar ainda que as medicações de uso contínuo devem ser ingeridas nos horários habituais com uma pequena quantidade de água. Somente suspenda o uso dos remédios mediante orientação médica.
Tão importante quanto o jejum, é não realizar atividade física imediatamente antes da realização de alguns exames.
O ideal é que pelo menos uma vez ao ano, todas as pessoas passem por uma consulta e sejam realizados exames para avaliação do estado de saúde.
Mas a periodicidade para fazer o exame de sangue pode variar de acordo com:
Confira a seguir, algumas dúvidas frequentes que as pessoas têm em relação a exames de sangue.
Nenhum. Como já explicamos, nenhum tipo de exame de sangue pode ser usado isoladamente para um diagnóstico, mas sim em conjunto com análises complementares.
Muitas vezes uma alteração nos parâmetros pode levar o médico a uma investigação mais aprofundada, que por sua vez pode levar à descoberta de condições mais sérias. Por isso é sempre importante manter os exames em dia e realizar consultas periódicas.
O diagnóstico de câncer é feito de acordo com análises clínicas, o histórico do paciente e após uma série de exames. Dentre esses, os mais comuns são:
Não necessariamente. Mas antes de responder essa dúvida, vamos deixar claro que: hemograma com plaquetas é apenas um nome diferente para o hemograma completo. E o jejum só é necessário em caso de indicação médica. Lembrando que aqui na Hilab não exigimos jejum nos exames.
Aqui na Hilab, entregamos exames de sangue em minutos, pois desenvolvemos dispositivos que realizam Point-of-Care Testing (PoCT) e utilizam apenas algumas gotas de sangue. Nossas análises usam uma plataforma tecnológica que integra Inteligência Artificial e Internet das Coisas, e digitaliza exames em qualquer lugar do mundo.
Em laboratórios convencionais, o tempo médio para o resultado varia de acordo com o teste solicitado. O hemograma, por exemplo, demora em média de 2 a 3 dias. Isso ocorre porque, no modelo tradicional, as amostras precisam ser transportadas para centro operacional, onde o sangue será processado e analisado. Rompemos com esse padrão, uma vez que nossos dispositivos, além de portáteis, fazem a leitura da amostra no local de atendimento.
Não. Embora processos virais — entre eles o HIV — causem alterações no número de leucócitos, responsáveis pela imunidade, não necessariamente isso é causa de uma doença viral. Além disso, um paciente HIV positivo pode apresentar valores normais em um hemograma, dependendo do seu estado clínico.
Portanto, somente o exame de HIV pode determinar se a pessoa é portadora do vírus.
Como o jejum não é uma obrigatoriedade para o hemograma completo, sua coleta pode ser feita sem nenhum problema. Dessa forma, é importante saber que o jejum não é considerado um interferente nesse tipo de exame.
Para os exames em que esta conduta interfere, aqui na Hilab, perguntamos ao paciente se ele realizou jejum no momento do cadastro. Assim, o laudo laboratorial constará essa informação para a análise do médico.
Caso esse questionamento não faça parte do exame e o seu médico solicite o jejum mesmo assim, lembre-se de informá-lo na consulta se o fez ou não.
Agora que você já tirou suas dúvidas sobre exame de sangue e sabe da importância dele, não deixe de fazer ao menos uma consulta médica anual e manter os exames laboratoriais atualizados. Isso é essencial para saber como está o seu corpo e manter uma boa saúde. Sem contar que fazer um Hilab é simples, rápido e fácil. Tudo o que precisamos são de algumas gotas de sangue. Encontre o mais próximo e fique em dia com a sua saúde!
SZWARCWALD, Célia L. et al. Valores de referência para exames laboratoriais de colesterol, hemoglobina glicosilada e creatinina da população adulta brasileira. Revista Brasileira de Epidemiologia. Vol 22. 2 ed; 2019
Bacharel em Ciências Biológicas e mestre em Farmacologia pela Universidade Federal do Paraná. Faz parte do time de Pesquisa e Desenvolvimento em Microscopia da Hilab e é fascinada pelos mistérios da ciência.
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