Variante XBB.1.5 ou Kraken: entenda a nova mutação do coronavírus

A nova variante do coronavírus, XBB.1.5, já foi identificada em diversos países de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS). Também conhecida como Kraken, esta mutação tem mais chances de escapar do sistema imunológico e, atualmente, é a subvariante mais transmissível até o momento. 

Confira este artigo e saiba o que é a variante Kraken, e qual a diferença dela em relação às demais mutações. Descubra, também, se as vacinas atuais garantem proteção a XBB.1.5. Boa leitura!

O que é a XBB.1.5?

A XBB.1.5 é uma nova variante de coronavírus (SARS-CoV-2), sendo uma ramificação da variante ômicron. Trata-se de uma recombinação de sublinhagens da ômicron, chamadas BA.2.10.1 e BA.2.75. 

A Kraken possui uma nova mutação (s486-P) na proteína spike – que está associada à entrada do vírus nas células humanas. Esta estrutura é um dos alvos dos anticorpos neutralizantes, produzidos pelo sistema imunológico humano para evitar a infecção viral. Portanto, novas mutações nessa proteína podem dificultar o reconhecimento do vírus pelo nosso organismo. 

Qual a diferença entre a subvariante XBB e a XBB.1.5? 

A XBB.1.5 é uma variação da XBB após passar por mutações no material genético, que deram maior potencial de infecção das células humanas. A subvariante XBB já apresentava um maior escape do sistema imunológico quando comparado com outras variantes, mas com baixa eficiência da infecção das células humanas. 

Já a Kraken tem maior capacidade de infectar células humanas, uma vez que a nova mutação na proteína spike lhe confere maior compatibilidade com o receptor presente nas células humanas (ACE2).  

Quais os sintomas da XBB.1.5?

Os sintomas apresentados na infecção pela Kraken são similares aos de outra variantes, como:

• dor de garganta;
• nariz escorrendo (coriza);
• dor muscular;
• tosse ;
• dor de cabeça.

Porém, sintomas como apatia, perda de apetite, diarreia também podem estar presentes. 

Caso quem já está devidamente imunizado, com todas as doses da vacina para COVID-19, seja infectado pela nova variante, a tendência é que os sintomas sejam leves.

Como se proteger da nova variante da Covid?

As recomendações seguem as mesmas:

• lavar as mãos com água e sabão frequentemente;
• utilizar álcool 70% 
• usar máscaras, principalmente em locais fechados ou de grande circulação.

Para pessoas com doenças crônicas, imunossuprimidas ou idosas, a recomendação é de uso contínuo da máscara. Além disso, segue a recomendação da vacinação para COVID-19, com todas as doses e reforços. O esquema vacinal completo é disponibilizado gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e varia de acordo com idade, cormidades e fabricantes do imunizante.

As vacinas já aplicadas protegem contra essa nova variante? 

As vacinas já aplicadas no Brasil (Pfizer, AstraZeneca, CoronaVac e Janssen) nos protegem das formas mais graves da infecção. Ou seja, quem não está vacinado ou está com as doses em atraso tem mais chances de ser internado ou até vir a óbito por conta da doença.

Portanto, dizer que as vacinas não protegem a população da XBB.1.5, e outras variantes do SARS-CoV-2, é uma notícia falsa.

É preciso tomar dose de reforço da vacina?

Sim. Dentre as variantes de coronavírus, a  XBB.1.5 é a que possui maior transmissibilidade atualmente – aproximadamente 5 vezes mais transmissível que a ômicron. 

Apesar de ser altamente transmissível, a Kraken não está atrelada à evolução da doença para internação e óbito. Entretanto, quem não possui as doses de reforço da vacina ou idosos com mais de 75 anos podem apresentar sintomas mais graves e agravo da COVID-19, segundo infectologistas. 

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Em suma, os sintomas da XBB.1.5 são similares aos sintomas causados pelas outras variantes. A principal forma de prevenção é o uso de máscaras em ambientes fechados, higienização correta das mãos e, principalmente, estar vacinado para COVID-19 com todas as doses de reforço. 

Caso apresente sintomas, realize o exame para COVID-19. Em caso de resultado positivo, a recomendação é de buscar atendimento médico e fazer um isolamento por 10 dias a partir do início dos sintomas. 

Referências bibliográficas

Miller Jessica, et. al. (2023). Substantial Neutralization Escape by SARS-CoV-2 Omicron Variants BQ.1.1 and XBB.1. The New England Journal of Medicine, 2023. Disponível em: <https://www.nejm.org/doi/pdf/10.1056/NEJMc2214314?articleTools=true>. Acesso em: 27 de janeiro de 2023. 

Walsh, Fergus. Covid: o que se sabe a XBB.1.5, nova variante da ômicron. Brasil, 2023. Disponível em: <https://www.bbc.com/portuguese/geral-64177246>. Acesso em: 27 de janeiro de 2023. 

Diário Gaúcho. O que se sabe sobre a XBB.1.5, nova subvariante da covid-19. Brasil, 2023. Disponível em: <http://diariogaucho.clicrbs.com.br/rs/dia-a-dia/noticia/2023/01/o-que-se-sabe-sobre-a-xbb-1-5-nova-subvariante-da-covid-19-23270482.html>. Acesso em 27 de janeiro de 2023.

World Health Organization (WHO). Information note on new COVID-19 Omicron subvariant XBB.1.5. 2023. Disponível em: <https://www.emro.who.int/media/news/information-note-on-new-covid-19-omicron-subvariant-xbb15.html>. Acesso em 27 de janeiro de 2023.