Micheli Pecharki | 18 maio 2020
A conjuntivite é uma inflamação da conjuntiva, a membrana que recobre o branco dos olhos.
Segundo nota de alerta elaborada pelo Grupo de Trabalho em Oftalmologia Pediátrica e divulgada pela Sociedade Brasileira de Pediatria, a contaminação, através dos olhos, pelo vírus que causa a COVID-19, ainda não foi cientificamente provada. Entretanto, vários relatos sugerem que o vírus pode causar uma conjuntivite folicular leve e que pode ser transmitido através do contato com a conjuntiva e lágrima.
Acompanhe o artigo a seguir e saiba mais sobre a relação entre a COVID-19 e a conjuntivite.
De acordo com o Ministério da Saúde, os sintomas da COVID-19 podem variar de um simples resfriado até uma pneumonia grave. Os mais comuns incluem tosse, febre, dor de garganta e dificuldade para respirar.
A conjuntivite, portanto, não é um sintoma frequente dessa infecção. Até o momento, os dados sugerem que esse sintoma é incomum em pacientes com COVID-19. No entanto, de acordo com estudos, a conjuntivite pode ser desencadeada sim, pelo novo coronavírus.
Um desses estudos, divulgado no JAMA Ophthalmology revelou que 12 de 38 casos hospitalizados “clinicamente confirmados” de COVID-19, na província de Hubei na China, tiveram sintomas oculares.
Um outro estudo publicado pelo Journal of Medical Virology, avaliou 30 pacientes hospitalizados por COVID-19 na China. Destes, apenas um apresentou conjuntivite. A análise das secreções oculares desse paciente revelou a presença do vírus que causa a COVID-19, sugerindo que o SARS-CoV-2 causa conjuntivite e que as partículas virais podem estar presentes nas lágrimas de pacientes que apresentam manifestações oculares.
Os sinais clínicos dependem da natureza do agente causador da infecção. No entanto, a conjuntivite pode causar sensação de areia nos olhos, secreção, lacrimejamento, vermelhidão e coceira.
Existem vários tipos de conjuntivite. Uma ampla gama de patógenos virais e bacterianos podem causar essa inflamação. Geralmente a conjuntivite viral é causada por adenovírus. Já a causa bacteriana mais comum é a infecção pela bactéria Haemophilus influenzae.
Para evitar a infecção é essencial adotar e manter boas práticas de higiene, além do distanciamento social. As boas práticas incluem:
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Micheli é Bióloga. Acredita que transformar o conhecimento técnico em algo acessível é essencial para que as pessoas saibam como cuidar mais da própria saúde e vivam, assim, com mais qualidade de vida.
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