Hilab | 22 nov 2021
A Síndrome da Imunodeficiência Adquirida, também chamada de AIDS ou SIDA, é o último estágio da infecção pelo HIV, quando não tratada.
Por muito tempo o HIV foi tido como uma sentença de morte, na qual a pessoa infectada tinha a convicção de que faleceria em decorrência do vírus. Entretanto, esse cenário mudou e a pessoa que hoje vive com HIV possui a mesma expectativa de vida de alguém que não apresenta o vírus.
Tire suas dúvidas, neste artigo, sobre o vírus e a doença. Entenda, também, a importância da terapia antirretroviral nesse processo e o que você pode fazer para evitar a infecção pelo HIV.
O HIV é uma IST, ou seja, uma Infecção Sexualmente Transmissível causada pelo vírus da imunodeficiência humana. Esse vírus tem preferência por algumas células de defesa do organismo, os linfócitos T CD4, que variam de 500 a 2000/µL de sangue.
Quando a pessoa que vive com HIV não utiliza corretamente o tratamento antirretroviral, ou simplesmente não se trata, o número de linfócitos pode ter uma queda muito grande e, ao chegar a valores inferiores a 200/µL de sangue, esta pessoa será considerada portadora da AIDS, a Síndrome da Imunodeficiência Adquirida.
A AIDS é o último estágio da infecção pelo HIV, quando não tratada. Embora não exista uma cura para o HIV, a infecção é tratável e o tratamento impede a progressão para a AIDS. Isso significa que, uma pessoa pode ter HIV mas pode não estar doente com AIDS.
Uma pessoa, após ter sido infectada pelo vírus HIV, pode permanecer muitos anos sem desenvolver nenhum sintoma. Nesse caso, dizemos que a pessoa é portadora do HIV ou está vivendo com HIV.
Como vimos, a AIDS é o estágio mais avançado da infecção pelo HIV e surge quando a pessoa apresenta os sintomas decorrentes da presença do vírus no organismo e infecções oportunistas.
Uma vez que o HIV é uma IST, ele é transmitido, principalmente, através de relações sexuais desprotegidas, ou seja, sem preservativo.
A transmissão também pode ocorrer através do compartilhamento de agulhas e seringas, acidentes com materiais pérfuro-cortantes infectados, contato de mucosas com sangue ou materiais contendo o vírus, e de uma mãe infectada para o filho durante a gestação, no decorrer do parto e pelo leite materno.
O HIV, após entrar no organismo através de fluídos corporais, alcança a corrente sanguínea e afeta células específicas do sistema imunológico denominadas células CD4, ou células T.
Com a multiplicação do vírus, essas células começam a morrer. Desta forma, o número de células CD4 vai diminuindo cada vez mais, o que leva ao aparecimento de doenças relacionadas à baixa imunidade.
Além disso, com o HIV presente na corrente sanguínea, o organismo começa a produzir anticorpos contra o vírus. Alguns tipos de exames detectam esses anticorpos para saber se a pessoa tem infecção pelo HIV.
Inicialmente, quando a pessoa é infectada pelo HIV, podem ocorrer sintomas comuns à maioria das doenças virais como:
A pessoa vivendo com HIV, então, passa pela fase assintomática, na qual não apresenta sinal algum de doença, enquanto o vírus replica-se.
Ao atingir o estágio da Síndrome da Imunodeficiência Adquirida, o paciente terá as chamadas infecções oportunistas (IO). O aparecimento de IO e neoplasias é definidor da aids. As principais incluem:
Estas doenças, em pessoas saudáveis, não trariam repercussões, porém, com um sistema imune fragilizado, até mesmo as bactérias naturais ao organismo ocasionam problemas. Já as neoplasias mais comuns são o sarcoma de Kaposi (SK), linfoma não Hodgkin e câncer de colo uterino, em mulheres jovens.
O diagnóstico do HIV é feito por meio de testes.
A testagem para o HIV é muito importante para a prevenção. A partir da testagem é possível saber qual é o estado sorológico e assim, quais medidas devem ser adotadas de acordo com esse estado: caso negativo, a pessoa deve continuar se protegendo e, caso positivo, a pessoa deve acessar o tratamento e se proteger para evitar a transmissão para outras pessoas.
A testagem pode ser feita gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS), por ONGs especializadas em HIV, laboratórios, ou por meio de testes rápidos, que são vendidos em farmácias. Existem diferentes tipos de testes de HIV disponíveis: os testes rápidos, os Testes Laboratoriais Remotos (TLRs) e os exames de punção venosa.
Escolha o teste mais adequado para você e não deixe de realizá-lo. Além do exame de HIV, também lembre-se de realizar os exames para detectar as outras ISTs como Sífilis e Hepatite B.
O tratamento da infecção pelo HIV é feito com medicamentos antirretrovirais (TARV). O início imediato da TARV está recomendado para todas as pessoas que vivem com HIV, independentemente do seu estágio clínico e/ou imunológico.
No Brasil, todas as pessoas diagnosticadas com o HIV têm o direito de receber o TARV gratuitamente.
O tratamento, além de contribuir para a melhoria da qualidade de vida da pessoa que vive com o HIV, reduz a transmissão do vírus, diminui as complicações relacionadas à infecção pelo HIV bem como a mortalidade. Esses medicamentos reduzem a quantidade de vírus circulantes no organismo da pessoa que vive com HIV, fazendo com que ela alcance a “carga viral indetectável”.
Carga viral é um termo utilizado para descrever a quantidade de HIV no sangue de uma pessoa. Como vimos, o objetivo do tratamento antirretroviral é atingir a carga viral indetectável. A carga viral fica indetectável quando a quantidade de vírus é inferior a 40 cópias por mL de sangue. Uma pessoa vivendo com HIV e com carga viral indetectável não transmite o HIV sexualmente.
A principal forma de prevenção é o uso de preservativos durante qualquer ato sexual, inclusive no oral. Para reduzir o risco de rompimento da camisinha e de abrasão das mucosas vaginais e anais, pode ser utilizado o lubrificante à base d’água.
O não compartilhamento de seringas e agulhas também é importante na redução da transmissão do vírus.
Deve-se tomar cuidado com caixas de materiais pérfuro-cortantes em hospitais e unidades de saúde, bem como materiais cirúrgicos e odontológicos.
Para evitar a transmissão vertical, de mãe para filho, deverá ser administrada a medicação antirretroviral para ambos, além de realizar cesárea na hora do parto e orientar a mãe a não amamentar a criança com o seu próprio leite.
Outras formas de prevenção incluem o uso de medicamentos para evitar a infecção pelo vírus, chamada de Profilaxia Pré-exposição. A Profilaxia Pré-Exposição ao HIV é um método de prevenção à infecção pelo HIV e consiste em ingerir diariamente um comprimido que impede que o vírus infecte o organismo, antes mesmo de a pessoa ter contato com ele. Com o medicamento circulando no sangue, o vírus não consegue se estabelecer no organismo.
Todas essas formas de prevenção fazem parte da chamada “prevenção combinada”, que se refere à estratégia que uma pessoa deve adotar para se prevenir do HIV.
Em 2016, especialistas da University College London e Imperial College London trataram um avançado linfoma de Hodgkin em 2016 utilizando transplantes de células-tronco de um doador que carregava uma mutação genética rara. Pesquisadores relatam que o HIV se manteve indetectável no homem desde que ele parou de tomar os medicamentos antirretrovirais. As pesquisas continuam em andamento e a vacina, capaz de prevenir a infecção, já está em fase de testes.
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Ministério da Saúde. Aconselhamento em DST/HIV/Aids para a Atenção Básica. Disponível em: <http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/manual_simplificado.pdf>. Acesso em: 22 de novembro de 2021.
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