Hemoglobina glicada: o que é e para que serve o exame?

Micheli Pecharki | 17 fev 2021


O exame de hemoglobina glicada, assim como o teste de glicemia, está relacionado ao diabetes, uma doença caracterizada pelo excesso de açúcar no sangue e na urina. Segundo um relatório do Ministério da Saúde, em 10 anos, o número de brasileiros com diabetes aumentou 61,8%.

Quando não tratado, o diabetes pode aumentar o risco de complicações como doença renal, disfunção sexual, problemas oculares e cardiovasculares. Apesar disso, estima-se que 50% das pessoas com diabetes não sabem que têm a doença.

Acompanhe o post a seguir e entenda o que você precisa fazer para saber se tem diabetes e o que é o exame de hemoglobina glicada.

Para que serve o exame de hemoglobina glicada?

O exame, também conhecido como teste de HbA1C ou A1C, é um dos testes realizados para avaliar o controle glicêmico, ou seja, o controle de açúcar no sangue, da pessoa com diabetes.

Também pode ser utilizado para auxiliar o médico no diagnóstico de diabetes e pré-diabetes. Por isso, o exame de hemoglobina glicada é um teste de rastreamento para a doença, ou seja, um teste de check-up para o diabetes.

O que é a hemoglobina glicada?

Existe um pigmento que dá ao sangue a cor vermelha, denominado hemoglobina. No sangue, a glicose (açúcar) liga-se à hemoglobina, formando a hemoglobina glicada. Quanto maior for o nível de glicose na corrente sanguínea, maior será a ligação da glicose com a hemoglobina e, consequentemente, maior o nível de hemoglobina glicada.

Como as pessoas com diabetes apresentam excesso de glicose no sangue, o exame pode ser utilizado para avaliar o controle da doença e também para auxiliar na identificação de pacientes que têm a doença e ainda não sabem.

Qual é a diferença entre o teste de hemoglobina glicada e o teste de glicemia?

O exame de glicemia é geralmente solicitado em jejum, diferente do exame de hemoglobina glicada. Este jejum pode ser de 12 horas (para pessoas saudáveis) ou 8 horas (para pacientes diabéticos).

Além disso, a hemoglobina glicada reflete os níveis glicêmicos dos últimos 3 a 4 meses da hemoglobina HbA1C e revela se você está realmente controlando o diabetes. Já o exame de glicemia reflete os níveis de glicose da corrente sanguínea no momento do teste.

Para detectar o diabetes ou a condição de pré-diabetes (termo utilizado para indicar que o paciente tem potencial para desenvolver o diabetes) você pode fazer qualquer um dos exames.

No entanto, a combinação dos dois é o mais indicado. Importante ressaltar que os exames não definem o diagnóstico. Após fazer estes testes, é necessário consultar um médico.

Quando devo fazer o exame de hemoglobina glicada?

Nos casos de diabetes estável, com a glicemia controlada, o ideal é realizar o exame a cada 6 meses. No entanto, se o diabetes não está controlado, você deve fazer o exame com mais frequência, a cada 3 meses.

Se você nunca realizou o exame e apresenta alguns dos fatores de risco para diabetes, também deve realizá-lo.

Quais são os fatores de risco para o diabetes?

O tipo mais comum de diabetes é o Diabetes Mellitus tipo 2. Este tipo de diabetes corresponde a 90-95% de todos os casos da doença e está relacionada principalmente, à má alimentação e à inatividade física. Os principais fatores de risco incluem:

  • Pressão alta;
  • Colesterol alto ou alterações na taxa de triglicerídeos;
  • Estar acima do peso, principalmente gordura concentrada na cintura;
  • Ter familiares com diabetes;
  • Ter alguma condição que possa estar associada ao diabetes (como doença renal);
  • Ter bebê com peso superior a 4 quilogramas ou diabetes gestacional;
  • Síndrome dos ovários policísticos;
  • Diagnóstico para distúrbios psiquiátricos;
  • Apneia do sono.
  • Receber prescrição para medicamentos glicocorticóides.

O que devo fazer?

Agora que você já sabe para que serve o exame de hemoglobina glicada, procure a farmácia mais próxima e não deixe de realizá-lo, caso tenha identificado algum fator de risco.

Além disso, cuide da sua saúde adotando as medidas para evitar o DM como reduzir o peso corporal, consumir alimentos saudáveis, praticar atividade física, evitar ao máximo o consumo de alimentos ultraprocessados e limitar a ingestão de bebidas e comidas açucaradas.

Se você é diabético, também é importante lembrar que o controle da doença vai além do controle da glicemia. Você também precisa acompanhar os seus níveis de colesterol e a sua pressão. O diabetes tem tratamento. Faça os exames e consulte um médico.

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Referências Bibliográficas:

Brasil. Conselho Regional de Farmácia do Estado de São Paulo. Fascículo VII – Manejo do Tratamento de Pacientes com Diabetes./Conselho Regional de Farmácia do Estado de São Paulo. – São Paulo: Conselho Regional de Farmácia do Estado de São Paulo, 2011.

Diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes 2017-2018 / Organização José Egídio Paulo de Oliveira, Renan Magalhães Montenegro Junior, Sérgio Vencio. — São Paulo: Editora Clannad, 2017.

Fiocruz. Taxa de incidência de diabetes cresceu 61,8% nos últimos 10 anos. Disponível em: <https://portal.fiocruz.br/noticia/taxa-de-incidencia-de-diabetes-cresceu-618-nos-ultimos-10-anos>. Acesso em: 23 de janeiro de 2019.

Posicionamento Oficial da SBD, SBPC-ML, SBEM e FENAD. 2017/2018. Atualização sobre hemoglobina glicada (a1c) para avaliação do controle glicêmico e para o diagnóstico do diabetes: aspectos clínicos e laboratoriais.

Sociedade Brasileira de Diabetes. O teste de hemoglobina glicada (A1C): O que é e para que serve. Disponível em: <https://www.diabetes.org.br/publico/ultimas/656-o-teste-de-hemoglobina-glicada-a1c-o-que-e-e-para-que-serve>. Acesso em: 06 de fevereiro de 2019.


Micheli Pecharki

Micheli Pecharki

Micheli é Bióloga. Acredita que transformar o conhecimento técnico em algo acessível é essencial para que as pessoas saibam como cuidar mais da própria saúde e vivam, assim, com mais qualidade de vida.

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