Hilab | 21 jul 2021
De acordo com um estudo que contou com a participação da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz), a variante Delta, nova cepa do novo coronavírus e que foi detectada inicialmente na Índia, pode aumentar o risco de reinfecções. O estudo sugere que o soro de pessoas previamente infectadas por outras cepas é menos potente contra esta variante.
Essa observação foi possível ao comparar a cepa com as variantes Gama, a dominante do Brasil, e com a Beta, que foi identificada na África do Sul pela primeira vez. O resultado pode assustar: a capacidade de neutralização da variante Delta é cerca de 11 vezes menor.
A variante Delta ainda preocupa muitas pessoas e gera muitas dúvidas. Vamos tentar saná-las para você neste artigo que preparamos. Continue a leitura!
A variante Delta é um subtipo da linhagem viral B.1.617, que emergiu na Índia em outubro de 2020. A propósito, cabe ressaltar que não se deve nomear as variantes de acordo com o país de origem. Ou seja, não é correto denominar a variante delta como a “variante indiana”. Em maio deste ano, a Organização Mundial da Saúde (OMS) atribuiu nomenclaturas simples, fáceis de pronunciar e lembrar para as principais variantes do SARS-CoV-2, utilizando letras do alfabeto grego.
No vídeo a seguir, o diretor médico da Hilab, Dr. Bernardo Montesanti de Almeida, explica o que são essas variantes:
Sim. A variante delta foi declarada como uma variante de preocupação pela Organização Mundial da Saúde (OMS), em maio deste ano, após ser associada ao agravamento da pandemia na Índia e no Reino Unido.
De acordo com a OMS, a variante circula em, pelo menos, 85 países do mundo. Além disso, nove nações sequenciaram vírus da linhagem B.1.617, sem realizar a identificação da sublinhagem viral.
No Brasil, infecções causadas pela variante Delta foram diagnosticadas em viajantes no Maranhão, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Paraná e Goiás, segundo o Ministério da Saúde. No dia 19 de junho, a Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia confirmou o primeiro registro de transmissão local da cepa.
Assim como outras variantes de preocupação, a Delta possui mutações na região do genoma responsável por orientar a produção da proteína espícula do novo coronavírus – também chamada de proteína S ou Spike, na nomenclatura em inglês. Essa molécula, que se localiza na superfície da membrana viral, compondo a coroa do vírus, é responsável pela primeira etapa do processo de infecção: a adesão do vírus às células. Por isso mesmo, é o alvo dos anticorpos mais potentes produzidos pelo organismo para neutralizar o Sars-CoV-2.
Muita atenção tem sido dado recentemente à variante Delta, que tem se mostrado, em alguns países, ser uma ameaça maior à saúde pública do que variantes anteriores.
Primeiro, sua taxa de transmissão é cerca de 60% maior do que a variante Alfa, que já tinha uma taxa de transmissão 50% maior em comparação com a cepa original do coronavírus.
A variante Delta gerou uma segunda onda mortal de infecções na Índia neste ano e também se tornou a variante dominante no Reino Unido. Foi identificada em mais de 90 países ao redor do mundo (inclusive o Brasil), com surtos confirmados nos Estados Unidos, China, África, Escandinávia e na região do Pacífico.
Dados do Reino Unido mostram que pessoas não vacinadas infectadas com a variante Delta têm duas vezes mais probabilidade de serem hospitalizadas do que aquelas com a variante Alfa.
A variante Delta, embora tenha sido identificada primeiramente na Índia, já está em 98 países, de acordo com a OMS. A entidade ainda afirma que o aparecimento da cepa tornou a pandemia ainda mais perigosa. O diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom, ainda lembra que a propagação é muito rápida em países com baixa porcentagem de vacinação.
Por conta disso, a OMS orientou os líderes mundiais para que trabalhem em conjunto para garantir que 70% da população mundial esteja vacinada até julho de 2022.
Dados da Agência Brasil apontam que já foram identificados 110 casos da variante Delta do novo coronavírus no Brasil até o dia 19 de julho. Desses, cinco casos evoluíram para quadros graves e morte.
Dos 110 casos registrados, foram 83 no Rio de Janeiro, 13 no Paraná, seis em um navio que ficou parado na costa do Maranhão, um em Minas Gerais, dois em Goiás, três em São Paulo e dois em Pernambuco.
Em vez da febre, tosse e perda de olfato ou paladar, como se costumava observar na origem do Sars-Cov-2, a variante Delta causa sobretudo dores de cabeça, dor de garganta, coriza e também febre. Os dados foram coletados pelo aplicativo Zoe Covid, usado por mais de 4 milhões de pessoas, e analisados pela equipe de Tim Spector, professor de epidemiologia da King’s College London.
Alguns casos também identificaram dores no corpo e falta de ar. Entretanto, a variante Delta preocupa porque é altamente transmissível e, às vezes, pode parecer um resfriado comum, sem febre e sem muito alarde.
O soro de pessoas vacinadas também tem potência reduzida contra a variante originária da Índia, mas os dados apontam que as vacinas continuam efetivas. A capacidade de neutralizar a cepa é 2,5 vezes menor para o imunizante da Pfizer e 4,3 vezes menor para o da Astrazeneca.
Os autores do trabalho ressaltam que os índices são semelhantes aos verificados com as variantes Gama e Alfa – que emergiram no Brasil e no Reino Unido, respectivamente. O estudo afirma que parece provável que as vacinas atuais fornecem proteção contra a variante Delta. Ainda assim, pode haver aumento nas infecções em decorrência da capacidade de neutralização reduzida dos soros.
A pesquisa foi publicada na renomada revista científica Cell. No Brasil, participaram o Laboratório de Vírus Respiratórios e do Sarampo do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), o Laboratório de Ecologia de Doenças Transmissíveis na Amazônia do Instituto Leônidas e Maria Deane (Fiocruz Amazônia) e a Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas (FVS/AM).
Sim. O estudo citado acima afirma que a variante é 97% mais transmissível do que a cepa original do coronavírus, que teve origem na China. Os estudiosos afirmam que é um vírus totalmente adaptado, que é transmitido de forma rápida, e provavelmente vai substituir todas as outras variantes em um curto período de tempo.
Por conta disso, é urgente melhorar as medidas sanitárias e aumentar a velocidade do ritmo de vacinação em todo o mundo.
Os cuidados para evitar a infecção pela variante Delta do novo coronavírus são os mesmos. Veja abaixo.
No entanto, caso tenha havido contato com o vírus, é preciso realizar o isolamento de 14 dias para evitar a transmissão.
Outra dica importante, principalmente para trabalhadores que não podem adotar o sistema remoto de trabalho, é que haja testagem em massa de todas as pessoas, incluindo aquelas que estão assintomáticas.
A Hilab trabalha com Testes Laboratoriais Remotos (TLRs) para o início, durante e depois da infecção por coronavírus. Os exames não usam seringa na coleta e o laudo assinado por um profissional de saúde fica disponível em poucos minutos.
Os exames detectam a nova variante Delta e podem contribuir para que a pandemia seja finalmente controlada. Para saber mais sobre nossos exames de coronavírus, clique aqui e informe-se.
Somos especialistas em Point-of-Care Testing. Criamos dispositivos para exames PoCT, realizados com apenas algumas gotas de sangue e resultados entregues em poucos minutos. Nosso propósito é democratizar o acesso à saúde.
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