A CoronaVac é eficaz? Veja os estudos feitos com o imunizante

Hilab | 24 mar 2022

Frasco da vacina CoronaVac

A CoronaVac é uma das vacinas mais aplicadas em todo o mundo. Segundo o Instituto Butantan, no Brasil, o imunizante corresponde a cerca de 25% das vacinas aplicadas no país. Mais de 85 milhões de idosos foram vacinados com ela.

Dando sequência aos nossos artigos que visam desmistificar as vacinas contra COVID-19 que estão sendo aplicadas na população brasileira, chegou a hora de falarmos do imunizante chinês. Já tratamos da vacina de dose única da Janssen e também da vacina AstraZeneca. Agora, vamos descobrir se a CoronaVac é eficaz, se a vacina é segura para crianças e adolescentes e quais são as reações adversas. 

Como a vacina CoronaVac é produzida e como ela funciona?

A fórmula da CoronaVac foi desenvolvida na China pelo laboratório biofarmacêutico SinoVac Biotech Ltd. A técnica utilizada na produção do imunizante é a do vírus inativado. Basicamente, o vírus Sars-CoV-2 é cultivado e multiplicado em uma colônia de células, depois é inativado por meio de calor ou de algum composto químico, e diluído nos demais componentes da vacina.

Após a aplicação, embora o vírus não esteja “operacional”, o sistema imunológico consegue identificá-lo, e começa o trabalho de criar anticorpos capazes de enfrentar uma infecção legítima.

Vale ressaltar que, desde fevereiro, a CoronaVac passou a ser produzida no Brasil pelo Instituto Butantan, graças a uma parceria com a SinoVac. A matéria-prima e o IFA (Ingrediente Farmacêutico Ativo) chegam diretamente da China para a fabricação da vacina. 

A vacina CoronaVac é segura? 

Nunca é demais lembrar: todas as vacinas que estão sendo distribuídas e utilizadas no Brasil foram aprovadas pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) e passaram por rigorosos testes para comprovar sua segurança e eficácia.

O uso emergencial da CoronaVac foi aprovado pela Anvisa no dia 17 de janeiro de janeiro de 2021. Então, sim, a vacina é segura, e sua utilização está devidamente regulamentada em nosso país. 

A vacina CoronaVac é segura também para crianças?

Aqui no Brasil, a Coronavac é uma das vacinas aprovadas para crianças. Em janeiro de 2022, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) também autorizou o uso emergencial da CoronaVac para a faixa etária de seis a 17 anos.

Segundo o Butantan, “a CoronaVac é a vacina mais segura entre todas as utilizadas no mundo, além de ser a vacina mais utilizada na população de três a 17 anos, com mais de 211 milhões de doses aplicadas ao redor do mundo” – a CoronaVac (SinoVac) já foi aplicada em crianças em países como China, Hong Kong e Indonésia.

Qual a eficácia da vacina CoronaVac? Conheça os estudos

A eficácia de uma vacina pode variar conforme o estudo e metodologia utilizada. Por isso, a CoronaVac apresentou eficácia geral de 86% na Turquia, enquanto aqui no Brasil, o Instituto Butantan afirma que sua eficácia pode chegar a 62,3% para casos leves, moderados ou graves.

O número de voluntários de cada estudo, bem como questões demográficas de cada país podem gerar essa diferença nos resultados. Vamos listar abaixo três relevantes estudos, realizados em diferentes países, por diferentes instituições, que podem ajudar a definir se a CoronaVac é eficaz.

Estudo da CoronaVac em Serrana

O Instituto Butantan realizou um estudo massivo no município de Serrana, no interior de São Paulo. O chamado Projeto S imunizou toda a população adulta da cidade, e demonstrou bons resultados: os casos sintomáticos de COVID-19 caíram 80% após as duas doses. As internações decorrentes da doença diminuíram 86%, e o índice de mortes despencaram 95%.

Além disso, o Projeto S também serviu para demonstrar que as crianças e adolescentes com menos de 18 anos (que não foram vacinados) também acabaram protegidos, uma vez que a circulação do vírus foi drasticamente reduzida, comprovando que a vacinação não é uma proteção individual, mas um esforço coletivo de saúde pública.

Estudo da CoronaVac no Chile

A CoronaVac é a vacina mais utilizada no Chile, o que ajudou pesquisadores a realizarem mais um estudo por lá. 10,2 milhões de chilenos receberam as duas doses do imunizante chinês. Como resultado, as mortes por COVID-19 diminuíram em 86% no país.

Os dados obtidos pela campanha de imunização chilena ainda trouxeram outras informações promissoras: a eficácia da vacina foi de 65,9% para a prevenção da doença em si, mas ela também ajudou a reduzir em 87,5% o índice de hospitalizações, e fez cair em 90,3%  os casos de internações em UTI por conta da doença. Tudo isso ajuda a evitar o colapso do sistema de saúde, problema que complica ainda mais a situação da pandemia.

Estudo da CoronaVac na Turquia 

Na Turquia, a CoronaVac foi testada em um grupo de 10.218 adultos com idade entre 18 e 59 anos. Deste total, 6.650 receberam duas doses do imunizante, enquanto o outro grupo (3358 voluntários) recebeu um placebo. Ambos os grupos foram monitorados por 43 dias. 

Neste cenário, a vacina demonstrou eficácia de 83,5% no grupo imunizado. Além disso, a Hacettepe University, instituição que conduziu o estudo, afirmou que a vacina preveniu hospitalizações em 100% dos casos. Com base em tudo isso, pode-se afirmar que sim, a CoronaVac é eficaz.

Quais são os efeitos colaterais da vacina CoronaVac?

A bula da CoronaVac lista uma série de efeitos colaterais, que puderam ser observados após os testes do imunizante. As reações em adultos de 18 a 59 anos são divididas em três grupos:

  • Efeitos muito comuns: dor de cabeça; cansaço; dor no local da aplicação.
  • Efeitos comuns: enjoo; diarreia; dor muscular; calafrios; perda de apetite; tosse; dor nas articulações; coriza; congestão nasal; vermelhidão; inchaço e coceira no local da aplicação.
  • Efeito incomuns: vômito; febre; vermelhidão; reação alérgica; dor de garganta ou ao engolir; espirros; fraqueza muscular; tontura; dor abdominal; sonolência; mal estar; dor nas extremidades; dor nas costas; vertigem; falta de ar; inchaço e hematoma no local da aplicação.

Por que são duas doses? Qual é o intervalo da vacina CoronaVac?

Não é de hoje que campanhas de vacinação se valem da segunda dose para garantir a imunização da população.

A CoronaVac é eficaz especialmente depois da segunda dose, que é quando a fórmula consegue estimular uma taxa de resposta imune mais alta. O Ministério da Saúde indica que o intervalo entre a primeira e a segunda doses deve ser de 21 a 28 dias.

Exames de sorologia após a vacinação são recomendados?

A realização de exames sorológicos após a vacinação não é recomendada pela  Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm) por diversos motivos. Para começar, ainda não se sabe qual a quantidade de anticorpos que garante a imunidade, de modo que um resultado positivo (para a presença de anticorpos) pode não indicar que o indivíduo está realmente protegido. Além disso, um resultado não reagente (negativo) pode ser um falso negativo.

Por fim, o teste sorológico foi criado para identificar anticorpos, mas não oferece informações sobre células de memória – que criam anticorpos conforme a necessidade – ou linfócitos T, outro importante componente das defesas antivirais do nosso organismo que deve ser levado em conta.

Referências: 

Disponível em: Instituto Butantan. Por unanimidade, CoronaVac é aprovada pela Anvisa para uso emergencial em crianças de seis a 17 anos. Disponível em: <https://butantan.gov.br/noticias/por-unanimidade-coronavac-e-aprovada-pela-anvisa-para-uso-emergencial-em-criancas-de-seis-a-17-anos->. Acesso em: 14 de fevereiro de 2022. 

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