Hilab | 13 jul 2021
Conforme a Campanha Nacional de Vacinação contra a COVID-19 avança por todo o país, mais pessoas vão tendo curiosidade em saber mais sobre os imunizantes que estão sendo aplicados no Brasil, a eficácia e os efeitos colaterais de cada um. Já falamos sobre a vacina da Janssen em outro artigo, e hoje vamos tirar todas as suas dúvidas sobre a vacina AstraZeneca.
A vacina AstraZeneca é britânica: ela foi desenvolvida no Reino Unido por um grande conglomerado farmacêutico, em parceria com a Universidade de Oxford. Depois que a fórmula foi aprovada, outros países, como a Índia, passaram a fabricar o medicamento. No Brasil, o Ministério da Saúde e a Fundação Oswaldo Cruz firmaram acordos para viabilizar a produção de mais doses por aqui.
Chamado oficialmente de Covishield, o imunizante utiliza a tecnologia biomolecular conhecida como vetor viral: um adenovírus de resfriado comum é modificado geneticamente e recebe um pedaço da proteína S, presente na espícula do vírus Sars-CoV-2, que é o que ajuda o vírus a se agarrar às nossas células.
O adenovírus serve basicamente para transportar a proteína S para o organismo. Quando a identifica, o sistema imunológico entra em ação, criando os anticorpos que irão combater uma infecção real pelo novo coronavírus.
Todas as vacinas que estão sendo distribuídas e utilizadas no Brasil foram aprovadas pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). O pedido de registro da vacina da Fiocruz/AstraZeneca foi feito no dia 29 de janeiro junto à Anvisa, e aprovado em 12 de março.
Isso quer dizer que o imunizante passou por testes e cumpriu exigências comparáveis às das mais conceituadas agências reguladoras do mundo. Então, sim, a vacina AstraZeneca é segura para ser utilizada na população.
Testes realizados em grupos de voluntários de diversos países do mundo confirmaram que a eficácia geral da vacina AstraZeneca está em torno de 70% – variando entre 62% e 90% após a aplicação das duas doses. Isso a deixa acima dos 50% que são exigidos pela Anvisa.
Um estudo da Fiocruz apontou que a primeira dose da vacina já garante eficácia geral de 76% entre 22 e 90 dias após a aplicação. Depois da segunda dose, a eficácia do imunizante sobe para 82%.
Embora nenhum imunizante alcance os 100% de eficácia, devemos sempre lembrar que os percentuais atuais são essenciais para evitar o colapso do sistema de saúde, uma vez que evitam casos graves da doença. Dados da Fiocruz apontam que nenhum voluntário que recebeu a vacina AstraZeneca precisou de internação.
Isso ainda está sendo estudado. Tanto a vacina quanto as mutações do vírus ainda são muito recentes, de modo que ainda não houve tempo hábil para a realização de estudos aprofundados.
Apesar disso, resultados preliminares se mostraram animadores: segundo um estudo da Agência de Saúde do governo britânico (Public Health England) que foi publicado em junho, a vacina AstraZeneca demonstrou 92% de efetividade ao prevenir casos graves e hospitalizações por conta da variante Delta (B.1.617.2), de origem indiana. No caso da variante Alpha (B.1.1.7), identificada pela primeira vez no Reino Unido, houve uma redução de 86% nas internações.
É importante ressaltar, porém, que as variantes são mais contagiosas: se contaminado, o indivíduo vacinado pode desenvolver um quadro mais leve da doença, mas tem mais chances de transmitir o vírus para outras pessoas. Esse é um desafio que os laboratórios ainda estão definindo como enfrentar. A agência de notícias Reuters afirma que o laboratório chinês Sinovac, responsável pela CoronaVac, já considera a possibilidade de uma terceira dose para driblar o problema.
Como praticamente qualquer medicamento, as vacinas contra COVID-19 possuem efeitos colaterais, que podem se manifestar com mais ou menos intensidade, conforme o paciente. A bula da vacina AstraZeneca divide os efeitos colaterais em quatro grupos:
O imunizante da AstraZeneca também tem ligação com a formação de coágulos em uma pequena parcela de pessoas vacinadas – a maioria mulheres com baixos níveis de plaquetas no sangue. Em abril, o Reino Unido registrou 168 casos graves de coágulos após a aplicação da vacina, com 32 mortes.
Apesar disso, as autoridades sanitárias do Reino Unido afirmam que “os benefícios da vacina superam os riscos na maioria das pessoas”, uma vez que a esmagadora maioria não apresentou reações adversas graves: mais de 21 milhões de pessoas já receberam ao menos a primeira dose do imunizante por lá.
Não é por acaso que a segunda dose de qualquer vacina é chamada de reforço: ela é aplicada sempre que a primeira dose de um imunizante não é suficientemente forte para garantir uma resposta adequada do sistema imune. Doenças como hepatite B e poliomielite precisam de duas doses há anos.
Como vimos, a vacina AstraZeneca alcança o máximo de sua eficácia geral após a segunda dose. Por isso, receber o reforço é tão importante. Ele pode ser aplicado entre quatro e 12 semanas após a primeira dose. Por conta do avanço da variante Delta, alguns estados brasileiros estão adiantando o calendário de imunização, antecipando a segunda dose e diminuindo o tempo de espera.
O Brasil infelizmente foi palco de um erro preocupante: pelo menos 26 mil pessoas de diferentes estados receberam doses vencidas do imunizante produzido pela AstraZeneca. Oito lotes fora do prazo de validade foram distribuídos para mais de 1500 municípios. As cidades mais afetadas foram Maringá (3.536 pessoas), Belém (2.673) e São Paulo (996).
No total, oito lotes da vacina AstraZeneca vencidos foram utilizados. Se você já tomou a primeira dose e está em dúvida, confira sua carteira de vacinação: o lote de origem da sua vacina está anotado lá.
Aí é só comparar com as informações abaixo, que são os códigos dos lotes vencidos:
Quem recebeu a vacina vencida pode achar que terá alguma complicação ou reação adversa, mas não é o caso: o único problema é que a imunização não foi efetiva. Portanto, médicos, farmacêuticos e profissionais da saúde devem orientar as pessoas de que o ciclo de imunização precisa ser reiniciado: elas tomarão uma nova primeira dose, e devem aguardar o prazo estipulado para receber o reforço.
Por falar em orientações, devemos lembrar que, mesmo após as duas doses, o vírus e suas variantes vão continuar à solta. Por isso, certas práticas de segurança e prevenção ainda farão parte da rotina de todos nós.
Isso se deve ao fato de que ainda não foi possível realizar estudos que comprovem quanto tempo dura a imunização propiciada pelas vacinas. Talvez tenhamos campanhas de vacinação todos os anos, talvez não. Por enquanto, o que sabemos é que alguns hábitos simples podem ajudar a evitar a circulação do vírus. Não custa relembrar:
A vacina impede casos graves e internações, mas mesmo pessoas imunizadas podem contrair o vírus e não apresentar sintomas, ou desenvolver apenas um caso leve da doença. Para garantir a segurança coletiva, o uso de máscaras continuará sendo essencial.
O distanciamento social vai continuar sendo necessário, mesmo após a vacinação. Aglomerações podem acelerar o contágio e provocar novos focos da doença, o que coloca em risco a saúde das pessoas não imunizadas.
Tocar em superfícies contaminadas ainda vai ser um risco. Por isso, água, sabão e álcool em gel ainda serão nossos principais aliados para higienizar as mãos por um bom tempo. A ideia é evitar que a mão carregue o vírus até as mucosas da boca, do nariz e dos olhos, então higienize as mãos frequentemente, e evite tocar no rosto quando estiver fora de casa.
Embora o médico possa recomendar exames posteriores para pessoas do grupo de risco, estes são casos excepcionais. Via de regra, a realização de exames sorológicos para “atestar a imunização” não é recomendada pela Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm) pelos seguintes motivos:
Enquanto a vacina não chega para todos, a testagem é uma das melhores maneiras de garantir a segurança das pessoas. Nessas horas, conte com a Hiab, um laboratório clínico com 16 anos de experiência que busca acessibilizar a saúde por meio de Testes Laboratoriais Remotos (TLRs).
Nossos equipamentos de TLR são capazes de realizar 20 testes diferentes, incluindo três tipos de exames para COVID-19. Nossa exclusiva metodologia de dupla verificação aumenta a confiabilidade dos resultados: cada amostra é analisada por uma inteligência artificial e também por um especialista, que trabalha em um laboratório remoto, e emite um laudo assinado eletronicamente.
Um dispositivo Hilab é prático e acessível: pode ser instalado em farmácias, clínicas, ou ser levado até comunidades indígenas remotas. Unimos tecnologia e humanização para levar a saúde a cada vez mais pessoas.
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