Micheli Pecharki | 06 abr 2021
Quando falamos em diagnóstico molecular da COVID-19, a maioria das pessoas lembra-se da RT-PCR, aquele exame realizado com um swab nasofaríngeo (uma haste de algodão flexível) e que detecta o material genético do novo coronavírus, indicando se o indivíduo está ou não infectado.
A RT-PCR para COVID-19 pertence à categoria de testes de amplificação de ácido nucleico, do inglês NAAT – Nucleic Acid Amplification Test. Nestas técnicas, o material genético dos microrganismos é amplificado milhões de vezes, indicando presença ou ausência da infecção em questão.
Recentemente, uma outra técnica de biologia molecular amplamente utilizada para o diagnóstico de doenças infecciosas como dengue, zika e chikungunya tem ganhado mais destaque e está agora revolucionando o diagnóstico da COVID-19: o RT-LAMP. Entenda como funciona esta técnica que oferece um resultado em até 1h.
LAMP é a sigla para amplificação isotérmica mediada por loop. Assim como a RT-PCR, o RT-LAMP é um teste de amplificação de ácido nucleico, do inglês NAAT – Nucleic Acid Amplification Test. Como vimos, ambas as técnicas induzem reações para realização de transcrição reversa (RT) e uma fase de amplificação. Estes exames que detectam o material genético são chamados de exames de Biologia Molecular.
No entanto, no RT-LAMP o processo é realizado em um ambiente isotérmico, ou seja, ocorre sem as alterações na temperatura normalmente exigidas para a PCR, o que torna a técnica muito mais rápida comparada ao RT-PCR.
O LAMP portanto realiza a amplificação do DNA em uma única temperatura, utilizando uma enzima DNA polimerase com atividade de descolamento de tira, e primers desenhados de modo a formar grampos na fita de DNA (loops). A vantagem desta técnica reside no fato de que novos pontos de iniciação são criados para a amplificação dentro dos grampos, o que aumenta exponencialmente o número de sítios de ligação da polimerase e reduz o tempo da reação em relação à PCR.
Este sistema pode ser acoplado a um indicador de pH presente no mix de reação, o que permite a leitura da reação de amplificação por mudança na cor da solução.
Assim como a RT-PCR, o RT-LAMP também utiliza amostras de secreção da nasofaringe ou saliva. Em ambas as técnicas, são induzidas reações para a realização de transcrição reversa (RT) e uma fase de amplificação, na qual regiões específicas do SARS-CoV-2 são replicadas milhões de vezes. Esses exames, portanto, detectam o material genético do vírus.
É desta forma que os dois exames apontam, por meio de um resultado detectável ou não detectável, se o indivíduo está ou não com a COVID-19.
Assim como o exame de RT-PCR, o RT-LAMP utiliza uma amostra de secreção da nasofaringe, coletada com um swab – haste de algodão, popularmente conhecida como cotonete.
A RT-LAMP é considerada análoga ao RT-PCR isso porque os parâmetros deste exame são muito semelhantes ao RT-PCR.
Enquanto um exame de RT-PCR demora de 2 a 3 dias para ficar pronto, o RT-LAMP oferece um resultado em até 1h.
A RT-qPCR, apesar de ser considerada o padrão-ouro, apresenta limitações, como a necessidade de amostras de alta pureza, pessoal altamente treinado, instalações sofisticadas para processamento de amostras, além do acesso a equipamentos de laboratório caros.
O resultado deste alto custo para os laboratórios que realizam este tipo de exame cai sobre o preço final pago pelo consumidor: o exame custa em média R$ 250,00 e pode chegar até a R$ 450,00 dependendo do laboratório. Além disso, como o processamento é feito em várias etapas e os laboratórios precisam lidar com o grande volume de exames de COVID-19, os resultados têm levado dias para ficarem prontos.
No caso do RT-LAMP, o tempo desde a coleta da amostra até a emissão do laudo é de aproximadamente 60 minutos, o que torna o RT-LAMP um exame ágil, confiável e aplicável à toda a população.
A Hilab, pioneira em Testes Laboratoriais Remotos, lançou recentemente uma nova modalidade de Teste Laboratorial Remoto, agora para exames de biologia molecular.
Um Teste Laboratorial Remoto, conhecido pela sigla de TLR é, segundo a RDC 302/2005 da Anvisa, um teste realizado por meio de um equipamento laboratorial situado fisicamente fora da área de um laboratório clínico. O TLR é, muitas vezes, denominado point of care testing (PoCT). Com os TLRs, é possível fazer exames em qualquer lugar e não necessariamente dentro de uma laboratório convencional. Isso o torna uma ferramenta essencial para ampliar o acesso à saúde, principalmente em locais onde um laboratório de análises clínicas está a quilômetros de distância do paciente.
Assim como para a realização de outros exames Hilab, o primeiro passo para a realização do RT-LAMP consiste em cadastrar o paciente, que deve informar os dados pessoais, além de responder um questionário rápido com algumas perguntas sobre o início dos sintomas. Desta forma, o profissional da saúde que está fazendo o exame e o paciente ficam cientes sobre qual teste é o mais indicado para cada situação.
Após o cadastro do paciente, é feita a coleta da amostra de secreção da nasofaringe. No caso do Hilab molecular, a amostra é coletada com um swab Swab flocked de nylon, indicado pelo CDC – Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos, que permite mais conforto ao paciente.
Após a coleta, essa amostra é dissolvida no tubo de extração que é colocado dentro do Hilab Molecular. Nesta etapa, o capsídeo viral é rompido para que o material genético do vírus fique disponível na amostra. Na etapa de reação, o RNA viral é transformado em DNA. Regiões específicas do vírus são replicadas milhões de vezes para que o SARS-CoV-2 seja identificado na amostra. Em seguida, o dispositivo usa as amostras de controle positivo, negativo e interno para validar a reação, que é enviada ao laboratório via internet e analisada por profissionais de saúde do laboratório de análises clínicas Hilab. O paciente recebe o laudo assinado por SMS ou e-mail em até 1h.
Como vimos o exame RT-LAMP é análogo ao RT-PCR. Em relação à qualidade do RT-LAMP, os exames que utilizam a técnica para auxiliar no diagnóstico da COVID-19 desenvolvidos pelo laboratório Hilab, apresentaram especificidade de 98,8% e sensibilidade de 92%, equivalentes ao teste convencional RT-PCR. Já a acurácia acima de 97% quando comparado aos exames de RT-PCR.
O exame PCR-LAMP Hilab é um exame confirmatório e apresenta uma ampla janela de detecção ideal para identificar pessoas infectadas, inclusive assintomáticas. A sua realização é indicada do 3º ao 15º dia após a exposição ou do 1º ao 10º dia após o início dos sintomas.
O exame RT-LAMP é qualitativo. São dois os possíveis resultados:
Possível ausência de infecção pelo coronavírus. No entanto, falsos-negativos são possíveis, principalmente se a amostra foi coletada em uma fase muito precoce ou tardia da infecção.
Possível infecção pelo coronavírus. O resultado indica que o material genético do vírus foi detectado na amostra analisada.
Exame que detecta as proteínas virais. Assim como o RT-LAMP, utiliza a amostra de secreção da nasofaringe. Indicado para a fase inicial da infecção, do 5º ao 12º dia após a exposição ou do 1º ao 7º dia após o início dos sintomas.
Exame que detecta os anticorpos produzidos pelo organismo para combater a infecção. É indicado para quem já teve a doença e quer avaliar a resposta imunológica. Pode ser realizado a partir do 7º dia após o início dos sintomas. Sensibilidade máxima 30 dias após a exposição.
A Hilab é pioneira em Testes Laboratoriais Remotos no Brasil. Somos um laboratório de análises clínicas que há mais de 16 anos atua no mercado de tecnologia médica.
Nós unimos o conhecimento dos melhores profissionais de saúde a tecnologias como a Inteligência Artificial (IA) e Internet das Coisas para garantir garantir resultados ágeis e de alta confiabilidade.
Além da análise feita por profissionais da saúde do laboratório de análises clínicas Hilab, trabalhamos com um modelo de Inteligência Artificial, a C4i0, criada pela própria empresa que também analisa os resultados.
Esta IA gera um resultado para os exames que são realizados no Hilab e o compara com os resultados fornecidos pelo analista do laboratório. Esta dupla verificação aumenta a segurança e a confiabilidade do resultado que enviamos para você.
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Micheli é Bióloga. Acredita que transformar o conhecimento técnico em algo acessível é essencial para que as pessoas saibam como cuidar mais da própria saúde e vivam, assim, com mais qualidade de vida.
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