Imunocromatografia: o que é e como funciona a metodologia

Hilab | 21 jun 2021

Método Imunocromatografia, o que é e como funciona

A pandemia trouxe importantes mudanças para as nossas vidas e diversos novos termos para o vocabulário. A máscara entrou para o nosso guarda-roupa, o álcool em gel está sempre em mãos e os termos como lockdown e quarentena tornaram-se comuns, bem como os testes para COVID-19 e metodologias como a imunocromatografia e a colorimetria.

Embora o assunto “testes para COVID-19” esteja em alta nos últimos meses, nem todo mundo sabe a diferença entre os exames disponíveis, ou sobre os métodos utilizados para detectar o vírus no organismo. Pensando em desmistificar alguns desses conceitos, neste artigo vamos explicar o que é imunocromatografia e como funcionam os testes realizados por meio desse método. Confira! 

O que é imunocromatografia?

Apesar do nome complicado, o conceito por trás do exame é simples. O teste imunocromatográfico é um tipo de teste rápido que identifica doenças infecciosas, hormônios e outros analitos, por associação específica a anticorpos com partículas coloridas conjugadas.

O resultado de um teste de imunocromatografia geralmente considera a presença de antígenos na amostra. Antígenos são substâncias externas que, uma vez no organismo, desencadeiam a produção de anticorpos — as proteínas que são as principais responsáveis pelas defesas do nosso organismo.

O teste de gravidez é um exemplo clássico de teste imunocromatográfico, porém, ele não toma como referência a presença de um antígeno, mas uma variação do hormônio beta hCG no organismo feminino. A apresentação do exame e a metodologia para sua realização, no entanto, partem do mesmo princípio.

Além da COVID-19, existem testes imunocromatográficos para várias outras doenças, como zika, dengue, sífilis e até mesmo HIV. Entre as principais vantagens do teste imunocromatográfico, destacam-se três:

  • Rapidez: da coleta da amostra ao resultado, não costumam se passar mais do que 15 minutos.
  • Baixo custo: a realização do exame não demanda estrutura laboratorial complexa, e todos os componentes são descartáveis.
  • Praticidade: além de serem facilmente encontrados em farmácias, a realização dos exames pode ser executada pelo próprio farmacêutico (mediante treinamento apropriado).

Como funciona o teste de imunocromatografia?

O primeiro passo para a realização de um teste imunocromatográfico é a coleta da amostra, que pode ser de sangue, saliva, soro, plasma, secreção da nasofaringe, urina, etc.. Essa amostra é depositada no local indicado do exame, junto com uma solução-tampão (uma solução aquosa capaz de resistir a mudanças de pH) e aguardar o tempo de reação.

O resultado é demonstrado através do surgimento de marcadores coloridos em uma membrana de nitrocelulose ou nylon que possui áreas reagentes e outras bloqueadas com proteína inerte. O analito reage nos locais correspondentes, formando um padrão que deve ser lido e interpretado pelo profissional da saúde, ou de acordo com as instruções do fabricante.

Atualmente existem cinco principais tipos de testes imunocromatográficos disponíveis no Brasil: imunocromatografia de fluxo lateral, imunocromatografia de dupla migração, teste por aglutinação e teste por fase sólida. Vamos entender quais são as diferenças entre eles. 

Imunocromatografia de fluxo lateral

O mostrador desse tipo de exame possui dois marcadores: controle (C) e teste (T). A interpretação do resultado leva em consideração o aparecimento de linhas nos marcadores C e T, indicando se houve ou não reação.

No caso da imunocromatografia de fluxo lateral, a amostra e a solução-tampão são colocadas no mesmo lugar, uma sobre a outra. Dali, os anticorpos fluem lateralmente pela membrana com a solução reagente, interagindo com os marcadores C e T. Na área T, eles ligam-se ao analito investigado. Na área C, são capturados por anticorpos anti-imunoglobulina.

Imunocromatografia de dupla migração

A imunocromatografia de dupla migração é uma metodologia bastante semelhante à anterior, mas a realização do exame possui uma diferença. A amostra e a solução-tampão são colocadas no mesmo local, mas um segundo tampão que libera as partículas conjugadas é aplicado em outra área e migra separadamente até a janela de leitura do teste.

Testes por imunoconcentração

Neste tipo de exame, o resultado é obtido por meio de uma reação que apresenta a concentração de anticorpos, que irão se ligar uns aos outros, formando um complexo. Novamente, temos os mostradores controle (C) e teste (T), que aqui são representados por pontos. O aparecimento dos pontos nas áreas específicas indica se houve ou não reação.

Testes rápidos por aglutinação

Esta é uma metodologia de testagem mais simples, uma vez que apresenta uma reação que, em teoria, pode ser observada a olho nu. As amostras são colocadas em suspensão junto com antígenos, dispostos em uma substância que pode ser gelatina ou látex. Após 30 a 90 minutos, caso os anticorpos reajam aos antígenos, eles irão se aglutinar, formando pequenas partículas agrupadas que são visíveis.

Como nem sempre os resultados são de fácil visualização – amostras fracamente reagentes e  amostras não reagentes são muito parecidas -, o teste de aglutinação é de mais difícil interpretação, o que pode comprometer a assertividade do diagnóstico.

Testes rápidos por fase sólida

Imunocromatografia por fase sólida ELISA

Os testes por fase sólida utilizam uma metodologia conhecida como ELISA (do inglês enzyme-linked immunosorbent assay). Neste tipo de teste, é utilizado um pente, com 12 dentes que carregam anticorpos anti-imunoglobulina humana e o antígeno da doença. Cada dente do pente é colocado em contato com a amostra extraída do paciente, para que seja observada uma possível reação, fruto do contato das imunoglobulinas (anticorpos) com as anti-imunoglobulinas.

Feito isso, o dente passa por um segundo recipiente, onde entra em contato com um conjugado. Por fim, em um terceiro recipiente, que contém o substrato (cromógeno + peróxido de hidrogênio), ocorre a reação visível. A presença de anticorpos – indicando que houve contato com o vírus – será revelada pela formação de círculos coloridos.

Resultados possíveis na imunocromatografia

Independentemente da metodologia por trás do exame, um teste imunocromatográfico pode ter 3 resultados possíveis:

  • Positivo / Reagente: o mostrador exibe duas linhas visíveis, uma na região controle (C) e outra na região teste (T). A intensidade de cor da linha teste (T) pode variar de acordo com a concentração de antígeno detectada na amostra, mas se a linha é visível, em qualquer intensidade, indica reação, ou seja, presença do analito e resultado positivo.
  • Negativo / Não reagente: Quando temos resultado não reagente, identifica-se apenas uma linha visível no mostrador, na região controle (C). O marcador teste (T) não sofre alteração, indicando ausência do analito.
  • Inválido: Um teste de imunocromatografia apresenta resultado inválido quando nenhuma reação é detectada: A linha controle (C) sempre precisa apresentar reação e ficar visível. Caso ela não apareça, recomenda-se a execução de um novo teste.

A Hilab vai além de simples ensaios imunocromatográficos

Apresentamos as testagens por imunocromatografia mais comuns em nosso país. A confiabilidade de cada uma delas varia de acordo com alguns fatores, como por exemplo, o momento em que o teste é realizado: Em muitos casos, é preciso que o paciente esteja com sintomas há alguns dias para que haja um aumento considerável de carga viral que possa ser identificado. Isso complica a detecção em casos assintomáticos, ou quando o indivíduo realiza um exame muito precocemente.

Felizmente, estas não são as únicas formas de se realizar um teste para COVID-19 sem ter que esperar dias pelo resultado: Os testes laboratoriais remotos (TLRs) chegam como uma solução prática e segura, capaz de levar exames laboratoriais de ponta até as pessoas que estão longe de hospitais e laboratórios.

Um teste laboratorial remoto é um equipamento que utiliza o que há de mais avançado em tecnologia para acessibilizar o acesso à saúde. Soluções digitais como internet das coisas e inteligência artificial atual em parceria com um time de especialistas – que trabalha remotamente – para oferecer diagnósticos rápidos e precisos. 

Os dispositivos da Hilab podem realizar mais de 20 tipos de exames, incluindo 3 tipos de testes para detectar a COVID-19. Realizamos o imunoensaio cromatográfico para detecção de antígeno, o teste de sorologia que detecta anticorpos, e também o teste de biologia molecular PCR-LAMP, capaz de detectar o RNA do vírus.

Em todos esses casos, nosso diferencial é a dupla verificação. Enquanto outros testes laboratoriais remotos confiam apenas na inteligência artificial do dispositivo para emitir seus resultados, aqui na Hilab cada amostra passa também pelas mãos de um especialista, em nosso próprio laboratório remoto.

Tudo isso acontece em cerca de 30 minutos, e o melhor: o paciente nem precisa ficar esperando no local, podendo receber o resultado digitalmente, diretamente em seu e-mail ou celular, com total comodidade.

O teste laboratorial remoto é uma maneira prática e confiável de garantir a segurança das pessoas. Um TLR pode estar disponível em hospitais, farmácias, laboratórios, consultórios, clínicas de saúde ocupacional, casas de repouso, enfermarias, e muitos outros lugares, além de poder ser levado para regiões remotas.

Os TLRs nos ajudam a tornar o acesso à saúde mais rápido e democrático por todo o país. Faça parte desse movimento em prol da acessibilidade. Ofereça exames laboratoriais Hilab.

Hilab

Hilab

Somos especialistas em Point-of-Care Testing. Criamos dispositivos para exames PoCT, realizados com apenas algumas gotas de sangue e resultados entregues em poucos minutos. Nosso propósito é democratizar o acesso à saúde.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *