Hilab | 27 ago 2021
Quando novas vacinas são desenvolvidas, é preciso conhecer sua eficácia em números e dados absolutos antes de disponibilizá-la à população. Estas informações são obtidas através de testes e estudos, que envolvem diferentes etapas de testagem. Um dos indicadores de eficácia é a produção de anticorpos neutralizantes no organismo dos voluntários.
Vamos então entender melhor sobre o que são esses anticorpos, qual sua importância e como eles agem em nosso organismo para a prevenção de doenças – especialmente no combate à Covid-19.
Os anticorpos neutralizantes são, como o próprio nome indica, os responsáveis por neutralizar os vírus que infectam um organismo.
Existem variados tipos de anticorpos, que podem atuar de diferentes formas no corpo humano. Alguns podem, por exemplo, atacar organismos invasores, como vírus e bactérias, enquanto outros ativam células de proteção ou mantêm determinadas áreas seguras.
No caso dos anticorpos neutralizantes, a forma como atuam é bem específica. Eles são os responsáveis por impedir que um vírus faça uma ligação com uma célula hospedeira, processo que eles utilizam para inserir suas cargas genéticas e replicar-se, o que configura uma infecção.
Esse processo é feito da seguinte forma: os anticorpos cobrem uma célula que está prestes a ser infectada. Com isso, eles barram a entrada do vírus, impedindo que ele faça sua ligação. Sem conseguir fazer isso, um vírus torna-se incapaz de executar a replicação viral, não sendo capaz de efetivamente causar uma infecção.
Os anticorpos neutralizantes são importantes mecanismos de defesa do corpo, que estão ajudando também no combate ao vírus SARS-CoV-2. Um indivíduo vacinado contra o coronavírus é capaz de criar o anticorpo que impede que o vírus ataque suas células. Isso é feito com base na proteína Spike do vírus, que é o que ele usa para “grudar” nas células.
É possível realizar a contagem desses anticorpos através de testes específicos para esta finalidade. Ainda que o exame pós-vacina não seja recomendado, ele pode ser útil para um paciente que recebeu alta após ser infectado pela COVID-19.
Cerca de 15 a 21 dias após uma pessoa receber alta de uma infecção (ou ser vacinada), o corpo se adequa ao vírus que foi combatido, catalogando os microorganismos estranhos que afligiram o organismo. Isso permite que, em caso de uma nova infecção no futuro, o perigo seja identificado de imediato e as defesas sejam erguidas de imediato, iniciando a produção de anticorpos para combater a doença.
Através do exame sorológico de anticorpos neutralizantes, é possível verificar como é a resposta imune de um paciente. O exame é bem simples: basta uma coleta de sangue ou da mucosa da nasofaringe do paciente, para que possa ser realizada a contagem de anticorpos.
No caso do coronavírus, a realização do exame visa encontrar os anticorpos neutralizantes produzidos por resposta natural (ou como resultado da vacinação). Vale ressaltar que o exame indica de forma aproximada o nível de proteção de uma pessoa, mas não oferece uma resposta absoluta sobre a imunização em si.
O sistema imunológico é muito complexo, não apresenta um padrão nem mesmo dentro de uma mesma espécie. Isso significa, por exemplo, que dentro de uma família, se duas pessoas contraírem a mesma doença, uma delas poderá desenvolver mais anticorpos que a outra. E isso não necessariamente significa que uma está mais (ou menos) protegida de infecções.
No caso da COVID-19, tanto no caso de infecções naturais quanto por administração da vacina, diversos estudos indicaram que não é possível se basear na dosagem de anticorpos para definir o nível de proteção das vacinas. A resposta imune dos diferentes pacientes testados apresentou muita variação, complicando a obtenção dos dados absolutos que comentamos no início.
Enquanto em alguns pacientes foi identificada uma alta quantidade de anticorpos neutralizantes após dias do contato com o vírus, outros apresentaram dosagens mais baixas. Apresentar maior (ou menor) índice desses anticorpos não pode ser um indicador absoluto, pois eles constituem apenas uma parte das defesas do sistema imunológico.
Além disso, a quantidade de anticorpos necessários para combater uma infecção ativa ou impedir a entrada do vírus nas células não é conhecida. Em alguns testes, cientistas puderam identificar que pessoas com baixa amostragem de anticorpos foram capazes de combater doenças normalmente.
Por conta disso, cientistas e profissionais da saúde, como a própria AMB (Associação Médica Brasileira), concluíram que exames de dosagem de anticorpos não devem ser usados para avaliar o nível de imunidade e proteção contra a covid-19 em nenhum cenário – opinião compartilhada pela Associação Brasileira de Imunizações. Muitos outros fatores devem ser levados em conta, como por exemplo a resposta celular durante uma infecção.
Muitas pessoas, com medo por conta da pandemia ou desinformação oriunda de fake news, decidiram realizar exames sorológicos para verificar se as vacinas realmente estavam garantindo sua imunização.
Como já mencionado, esses exames não devem ser realizados com esta finalidade, pois eles fazem somente a contagem de anticorpos totais no corpo humano, ou apenas a contagem dos anticorpos neutralizantes. O sistema imunológico vai muito além disso e envolve muitos outros tipos de células.
Também deve ser levado em consideração que anticorpos não “vivem para sempre” no organismo. Eles são produzidos quando há necessidade, por meio dos linfócitos B, que são ativados pelas células de memória (linfócitos T) que guardam informações genéticas variadas para oferecer uma resposta imune apropriada.
Do mesmo jeito que os anticorpos neutralizantes protegem nosso organismo, também existem células que facilitam a entrada do SARS-CoV-2. Os receptores ace2, por exemplo, são genes presentes na superfícies das células, responsáveis por diminuir a pressão arterial. Em pessoas hipertensas, há maior abundância desses receptores, o que fragiliza a defesa das células contra o vírus.
A melhor forma de realmente avaliar a eficácia das vacinas é com ensaios clínicos confiáveis, realizados por instituições respeitadas e levando em conta dados reais e atuais sobre o combate ao coronavírus. Por exemplo, o percentual de redução das infecções após a vacinação em uma cidade, estado ou país. Os dados precisam levar em conta o coletivo, coletados de diferentes fontes, incluindo testes imunológicos, mas jamais se limitando apenas a eles.
No mundo pandêmico em que vivemos, exames de detecção de infecção recente – que podem identificar se o paciente está infectado no momento em que realiza a testagem – são importantes em diversas situações. Como por exemplo, para viajar: atualmente a pessoa precisa comprovar não estar infectada para embarcar em aviões, ônibus e cruzar certas fronteiras.
Exemplos desses tipos de exames são o RT-PCR, que rastreia o material genético viral, o RT-LAMP, que é análogo ao RT-PCR mas usa uma metodologia mais simples, e o teste de antígeno, que é um pouco menos sensível, mas mantém um alto grau de confiabilidade e entrega resultados mais rápidos. Vamos conhecer um pouco melhor cada um desses exames.
O teste RT-PCR é considerado o mais eficaz de todos. No entanto, é muito complexo e precisa ser feito em um período muito específico, na primeira semana de sintomas da COVID-19. Ele é realizado por meio de coleta da secreção da nasofaringe, obtida com o auxílio de um swabs (haste flexível de algodão).
O exame utiliza uma reação da transcriptase reversa seguida pela reação em cadeia da polimerase para identificar o RNA do vírus. Apesar de ser “padrão ouro”, o resultado do exame RT-PCR pode demorar até três dias para ficar pronto, o que acaba não sendo viável em alguns casos.
O exame RT-LAMP é semelhante ao RT-PCR, e também se vale da transcrição reversa para identificar indícios do vírus SARS-CoV-2. Esta testagem também deve ser aplicada em um período muito específico, nem muito precocemente, nem muito tarde. Porém, ele tem a vantagem de conseguir identificar o vírus antes que a pessoa apresente sintomas.
Outro benefício do teste RT-LAMP é ser menos complexo que o RT-PCR, não exigindo um ambiente tão controlado para funcionar, bastando um ambiente isotérmico para que as amostras se mantenham na mesma temperatura, o que facilita o processo e produz um diagnóstico em poucas horas – muito mais rápido do que o RT-PCR.
Por fim, o teste de antígeno é o mais rápido dos três. Sua aplicabilidade é na fase de maior transmissibilidade do vírus (entre o 5º e o 12º dia de infecção, ou do 1º ao 7º dia após a aparição de sintomas), ou seja, quando a concentração de microrganismos nocivos está alta no corpo.
Também é realizado com a secreção da nasofaringe coletada por um swab. Entre as vantagens deste método, temos o resultado, que fica pronto em cerca de 30 minutos, além de ter um custo mais baixo para ser realizado – podendo ser realizado até mesmo em farmácias.
Apesar de termos a vacinação a pleno vapor e diversos tipos de exames para identificar a COVID-19, ainda não podemos relaxar em nossos cuidados. O perigo da doença – e suas variantes – ainda é real, ou seja: deveremos continuar fazendo a nossa parte pelo bem de todos.
O uso da máscara segue sendo necessário, pois ela protege a pessoa que usa e todos que estão ao seu redor. Higienizar as mãos com água e sabão – ou álcool em gel – também são hábitos que devem ser mantidos.
O distanciamento social também ainda deve ser praticado, bem como as instruções de permanência e lotação em lugares públicos. E quem ainda não foi imunizado deve ficar de olho no calendário de vacinação, pois quanto mais pessoas vacinadas, menos o vírus consegue se espalhar. A pandemia ainda não acabou, e as medidas de prevenção continuam sendo fundamentais.
Oferecer exames e diagnósticos com precisão e rapidez é algo que nós, da Hilab, sempre estivemos empenhados em fazer. Nossa missão é utilizar a tecnologia para tornar o cuidado com a saúde mais acessível para a população.
Nosso equipamento de Testes Laboratoriais Remotos (TLRs) pode ser instalado em farmácias e outros estabelecimentos de saúde, e é capaz de realizar 20 tipos de exames diferentes, incluindo três tipos de exames de detecção do vírus SARS-CoV-2.
Depois que o material genético é coletado e inserido no dispositivo, nossa inteligência artificial realiza uma avaliação preliminar antes de digitalizar a amostra e enviá-la para o nosso laboratório remoto, onde um especialistas valida o diagnóstico e emite um laudo assinado. Essa dupla verificação é o que garante a confiabilidade de nossos resultados.
Entre em contato conosco para saber como contratar nossos serviços e ter a tecnologia da Hilab no seu estabelecimento.
Somos especialistas em Point-of-Care Testing. Criamos dispositivos para exames PoCT, realizados com apenas algumas gotas de sangue e resultados entregues em poucos minutos. Nosso propósito é democratizar o acesso à saúde.
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