Hilab | 30 ago 2018
Chamamos de transmissão vertical a forma de transmissão que ocorre da mãe para o filho. A sífilis, o HIV e as hepatites são exemplos de infecções que podem ser transmitidas dessa forma.
A presença dessas infecções na gestação pode afetar a criança e causar várias complicações, como aborto, parto prematuro, doenças congênitas ou morte do recém-nascido. As medidas mais efetivas para a prevenção de infecções transmissíveis no recém-nascido incluem o diagnóstico precoce (por meio de exames) e o tratamento da gestante e de sua parceria sexual.
Apesar de não ser transmitida verticalmente, a gestante também deve realizar o exame para diagnosticar uma infecção chamada vaginose bacteriana. O teste indicado na primeira consulta do pré-natal em mulheres com alto risco de prematuridade. Se não for tratada, a infecção pode causar partos prematuros, problemas de fertilidade e um risco maior de contrair outras infecções sexualmente transmissíveis.
Independentemente de exames anteriores, os teste para o HIV e para a sífilis também devem ser realizados no momento do parto. Caso a gestante não tenha recebido a vacina para a hepatite B, o teste para essa doença também deve ser realizado.
Segundo o Ministério da Saúde, a transmissão vertical é a principal via de infecção pelo HIV na população infantil. As gestantes que recebem o diagnóstico de infecção por HIV têm indicação de tratamento com os medicamentos antirretrovirais. Se seguirem o tratamento recomendado durante o pré-natal, parto e pós-parto, mães que vivem com HIV têm 99% de chance de terem filhos sem o HIV.
Dentre todas as doenças que podem ser transmitidas da mãe para o filho, a sífilis é a que tem as maiores taxas de transmissão. A transmissão vertical da sífilis pode alcançar taxas entre 70% e 100% em gestantes não tratadas.
São várias as consequências da sífilis materna sem tratamento como abortamento, natimortalidade, parto prematuro, morte neonatal e recém-nascido com sinais clínicos de sífilis congênita. Frequentemente, o bebê aparentemente saudável pode desenvolver sinais clínicos posteriormente como surdez neurológica e dificuldade no aprendizado.
De acordo com um relatório da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), novos casos de sífilis congênita na América Latina e no Caribe dobraram desde 2010. Em 2015, estima-se que 22.400 crianças nasceram com sífilis. A sífilis congênita pode ser prevenida quando a gestante infectada por sífilis recebe tratamento que é simples e eficaz. Em caso de teste positivo, a gestante e seu parceiro devem ser tratados o mais rápido possível.
Segundo estudos, até 90% dos recém-nascidos infectados por via vertical evoluem para a hepatite crônica, podendo desenvolver complicações como cirrose e carcinoma hepatocelular, além de serem fontes de contágio para seus familiares.
Mesmo que o diagnóstico para o HIV, sífilis e hepatites sejam negativos durante o pré-natal ou parto, o uso de preservativos (masculino ou feminino) nas relações sexuais é fundamental, inclusive durante o período de amamentação.
Para saber mais sobre gravidez, parto e pós-parto consulte a caderneta da gestante.
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Cartilha Sífilis Congênita. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/58sifilis_gravidez.pdf. Acesso em: 28 de junho de 2018.
Ministério da Saúde. Caderneta da Gestante. 3ª edição Brasília – DF 2016. Disponível em: http://www.mds.gov.br/webarquivos/arquivo/crianca_feliz/Treinamento_Multiplicadores_Coordenadores/Caderneta-Gest-Internet(1).pdf. Acesso em: 28 de junho de 2018.
Ministério da Saúde. Departamento de Vigilância, Prevenção e Controle das IST, do HIV/Aids e das Hepatites Virais. Pré-natal. Disponível em: http://www.aids.gov.br/pt-br/publico-geral/prevencao-combinada/pre-natal. Acesso em: 28 de junho de 218.
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