Doença renal crônica: diagnóstico e prevenção

Hilab | 09 mar 2022

pessoa segurando um modelo de rim

Os rins são órgãos de extrema importância para o corpo humano, sendo os responsáveis por limpar o corpo de substâncias em excesso ou nocivas, além de ajudar na regulação da pressão arterial e também na liberação de hormônios. 

Estima-se que 10% da população mundial possua algum tipo de doença nos rins. A doença renal crônica (DRC), um dos problemas mais graves, é muito mais comum do que se imagina. No Brasil, a estimativa é de que 1 em cada 10 adultos sofram da doença (um universo de mais de 10 milhões de brasileiros), e os números seguem crescendo. São tantos casos, que a DRC já é tratada como uma epidemia por aqui.

A doença renal crônica, que causa a insuficiência renal, não tem cura, e demanda uma série de cuidados. Saiba o que é a DRC e o que você pode fazer para preveni-la. 

O que é a Doença Renal Crônica? 

Segundo a Sociedade Brasileira de Nefrologia, a Doença Renal Crônica (DRC) é toda lesão que afeta os rins e persiste por 3 meses ou mais. O estágio “final” é conhecido como insuficiência renal crônica. Nesse estágio, o paciente precisa fazer diálise ou transplante renal. 

Quais são os sintomas da Doença Renal Crônica? 

A doença renal crônica evolui lentamente, é silenciosa e pode levar anos para desenvolver sintomas. Isso faz com que a grande maioria dos pacientes só realize um exame e descubra que tem DRC depois que a doença já está em estado avançado. 

O tratamento precoce impediria problemas piores, mas isso só seria possível mediante um diagnóstico da doença renal crônica igualmente precoce. Desta forma, conhecer sobre a doença, seus principais fatores de risco (como hipertensão arterial e diabetes mellitus) e os exames de rastreamento diagnóstico (creatinina sérica e exame de urina) é essencial para a prevenção da DRC. 

Quais são os grupos de risco para a DRC? 

São considerados grupos de risco, os pacientes que são mais suscetíveis a desenvolver a DRC. A SBN considera os seguintes grupos: 

  • Pessoas com hipertensão: a pressão alta é comum na DRC e pode ocorrer em mais de 75% dos pacientes de qualquer idade. 
  • Pessoas com diabetes: pacientes com diabetes apresentam risco aumentado para DRC e por isso devem ser monitorados frequentemente.
  • Idosos: são suscetíveis à DRC, devido a diminuição fisiológica da filtração glomerular. 
  • Pacientes com doença cardiovascular: a DRC é um fator de risco para doenças do coração e acidente vascular cerebral. 
  • Familiares de pacientes portadores de DRC: apresentam prevalência aumentada de condições que são fatores de risco para o desenvolvimento da DRC, tais como o diabetes e a hipertensão arterial. 
  • Pacientes que fazem uso de medicações nefrotóxicas: medicações nefrotóxicas são tóxicas para os rins. O uso dessas medicações deveria ser evitado ou otimizado para pacientes com DRC. 

Diagnóstico da DRC: exame de creatinina 

A importância de realizar o diagnóstico da doença renal crônica com antecedência é imensa, pois permite que o melhor tratamento seja oferecido aos pacientes o quanto antes, com grandes chances de recuperação, evitando a evolução da enfermidade para um caso mais grave.

Entre os diferentes exames para verificar a saúde dos rins, um dos principais é o exame de função renal que avalia a creatinina. A creatinina é uma substância produzida pelos músculos como subproduto do consumo de energia. O corpo produz naturalmente a creatina, que é consumida pelos músculos constantemente. O que “sobra” desta reação metabólica é a creatinina.

A creatinina é enviada para os rins através do sangue, onde é filtrada e eliminada pelo sistema excretor. Quando um paciente sofre de insuficiência renal ou já está em algum estágio de DRC, o problema pode ser diagnosticado com base na medição da creatinina. Se o valor estiver muito acima do recomendável, pode ser um indicativo de problemas renais.

A função do exame é avaliar a taxa de filtração glomerular dos rins, ou seja, quão eficazes eles estão sendo na tarefa de limpar o sangue e eliminar substâncias nocivas – principalmente a creatinina sérica. O exame pode ser feito com amostras de urina (coletadas ao longo de um período de 24 horas) ou por meio de uma amostra de sangue.

Se o paciente apresentar alteração em sua taxa de filtração glomerular (valores altos de creatinina) por pelo menos três meses consecutivos, é sinal de que ele já é portador da DRC. 

Por conta disso o monitoramento preventivo da saúde dos rins, antes do aparecimento de sintomas – que incluem micção à noite, fadiga, náusea, coceira, espasmos musculares e cãibras, perda do apetite, dificuldade para respirar e inchaço nas pernas) é tão importante. Exames preventivos também ajudam na identificação de fatores de risco que podem contribuir para o desenvolvimento de DRC, como por exemplo os próprios hábitos alimentares do paciente.

Por que a prevenção é tão importante? 

Como vimos, o cuidado com a saúde dos rins é especialmente necessário pois doenças nesses órgãos – como a Doença Renal Crônica – podem causar problemas muito sérios e até mesmo permanentes – além de dores muito fortes. 

Estudos apontam que mais de 133 mil pacientes são dependentes de terapias renais substitutivas para viverem. Segundo dados do Senado Federal, mais de 20 mil pacientes entram em hemodiálise todos os anos. Mesmo com o tratamento, a taxa de mortalidade de pacientes com DRC chega aos 15%, um valor perigosamente alto.

Gostou do conteúdo? Aproveite para saber mais sobre o exame de função renal. 

Referências: 

Bastos, Marcus Gomes, Bregman, Rachel e Kirsztajn, Gianna Mastroianni. Doença renal crônica: frequente e grave, mas também prevenível e tratável. Revista da Associação Médica Brasileira [online]. 2010, v. 56, n. 2 [Acessado 9 Março 2022].

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