Hilab | 01 nov 2021
O câncer de próstata é o segundo mais comum entre os homens, ficando abaixo apenas do câncer de pele. Segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA), no Brasil, são diagnosticados mais de 60 mil casos por ano – só em 2019, foram mais de 15 mil óbitos.
Ao mesmo tempo, o cuidado com a saúde ainda é algo negligenciado por muitos homens, o que acarreta em riscos e perigos que poderiam ser prevenidos. Principalmente para aqueles que passaram dos 50 anos, grupo de maior risco do câncer.
Portanto, conhecer os sintomas, formas de prevenção e tratamento da doença é de extrema importância para qualquer pessoa, independente do sexo, como forma de promoção da saúde através da informação. E esta é a proposta deste conteúdo, como poderá conferir a seguir.
A próstata é uma glândula presente no organismo masculino, localizada abaixo da bexiga e em frente ao reto. Ela faz parte do sistema reprodutor do homem, sendo responsável pela produção do líquido seminal, um dos componentes do sêmen.
Como dezenas de outros tipos de cânceres, o de próstata constitui um crescimento desordenado de células defeituosas, que agrupam-se na forma de um tumor por dentro ou por fora da glândula prostática.
O câncer de próstata surge silenciosamente, normalmente sem apresentar qualquer sintoma. Ele pode se desenvolver ao longo dos anos, crescendo lenta e continuamente ao longo de décadas.
Por conta disso, a doença tem sua fase inicial sem praticamente nenhum sintoma, ou com sinais leves que passam despercebidos – como dificuldade de urinar. Normalmente, os indícios tornam-se perceptíveis quando a doença passa a evoluir, entrando em seus estágios mais avançados. E esse é um dos maiores riscos da doença.
Os sintomas que podem aparecer quando o câncer já se encontra em estágio mais avançado são anomalias no trato urinário, como dificuldade de urinar, presença de sangue na urina e necessidade de urinar várias vezes ao longo do dia.
Esses sintomas são os mesmos de condições menos severas que podem afetar a próstata, como a hiperplasia benigna da próstata. Este é um quadro de inchaço natural da glândula que ocorre por conta da idade. Outra condição que pode comum, que pode ser confundida com um tumor, é a prostatite, uma inflamação bacteriana que atinge o órgão.
Por fim, nos casos de desenvolvimento severo da doença, os sintomas podem ser dor óssea, inicialmente na região púbica e pélvica (mas podendo irradiar-se por todo o corpo), dormência nas pernas e pés, infecção generalizada e insuficiência renal.
Infelizmente, o desenvolvimento lento do câncer de próstata faz com que muitos homens nem saibam que têm a doença até que seja tarde demais para um tratamento precoce.
O diagnóstico do câncer de próstata é feito através de diferentes tipos de exames, dependendo do quadro de saúde e da suspeita da presença do tumor. O primeiro desses é o exame de PSA (Antígeno Prostático Específico), que é feito mediante análise de uma amostra de sangue do paciente.
O PSA é uma proteína produzida pela próstata, normalmente encontrada em baixa quantidade no sangue. Quando a próstata aumenta de tamanho, passa a produzir dessa substância, aumentando sua concentração no organismo. Portanto, o PSA alto, pode ser um indício de alguma anomalia na próstata.
O segundo exame, e o mais conhecido, é o exame de toque retal. Apesar de sua fama, ele é simples, rápido e indolor: o urologista vai analisar o tamanho e superfície da próstata através do reto. Se for identificada qualquer alteração, como caroços ou inchaço, o médico pode requisitar uma biópsia para descobrir se realmente é um caso de câncer.
A recomendação para a realização do exame de PSA depende, primeiramente, de orientação médica. Geralmente, ele é recomendado anualmente para homens com 50 anos de idade ou mais. Pacientes diagnosticados com hiperplasia prostática benigna ou que estão com suspeita de câncer de próstata também devem realizar o exame.
A realização periódica do exame não é uma exigência para homens com menos de 40 anos ou que não apresentem sintoma de alteração na próstata. Contudo, exceções serão feitas mediante avaliação médica.
Para maior comodidade, o exame de PSA pode ser realizado por meio de um Teste Laboratorial Remoto (TLR) que entrega o diagnóstico no celular ou e-mail do paciente em apenas 15 minutos.
É importante destacar que o exame de PSA demanda algumas restrições. Pelo menos 3 dias antes da realização do exame, o paciente não deve:
O tratamento do câncer de próstata envolve diferentes variáveis, que levam em consideração a idade do paciente, estado de saúde geral dele e, claro, o estágio da doença.
Não é incomum vermos homens no mesmo estágio da doença passando por tratamentos diferentes, mas que visam alcançar um mesmo tipo de resultado. Segundo um artigo, publicado na Revista HUPE, do Hospital Universitário Pedro Ernesto da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), os tratamentos são classificados de acordo com o risco representado pelo tumor, que pode ser: baixo, intermediário, alto e muito alto.
Quando um paciente é diagnosticado com câncer de próstata de risco baixo, ele pode optar por participar de um tratamento de observação vigilante, que se dá pelo acompanhamento da evolução da doença através de biópsias e exames de PSA regulares. A qualquer sinal de progressão, outros tratamentos serão prontamente iniciados.
Outros tratamentos nesse estágio são sessões de quimioterapia, radioterapia e hormonioterapia. Apesar de eficazes, eles podem causar sequelas leves ou moderadas nos órgãos da região pélvica.
No caso de risco intermediário, o tratamento pode envolver cirurgias, como a prostatectomia radical. A intervenção tem como objetivo remover a próstata, as vesículas seminais e os tecidos adjacentes, a fim de eliminar totalmente os tumores e a possibilidade de metástase.
Quando o risco é alto ou muito alto, o tratamento não difere muito, mas é empregado de forma mais agressiva. A consulta médica passa a ter o papel de acompanhar mais de perto o quadro clínico, bem como o estado de saúde do paciente antes e após cirurgias e procedimentos.
Embora o tratamento possa ser bem sucedido, existe o risco do desenvolvimento de sequelas que afetarão a qualidade de vida do paciente após uma cirurgia, como incontinência urinária e disfunção erétil.
No caso de doença metastática, que é quando o câncer se espalha pelo corpo, os tratamentos ministrados devem ser bastante incisivos. A primeira opção é o tratamento hormonal para a diminuição de andrógenos (hormônios masculinos) no corpo. Este tem se provado o tratamento mais adequado atualmente.
Neste tratamento, hormônios como a testosterona, que acabam se tornando “alimento” para os tumores, têm sua produção reduzida ou totalmente interrompida, ajudando na remissão do quadro de câncer.
Para que este tipo de tratamento seja viável, deve-se verificar como o câncer está se espalhando. Se a doença atingir algum osso, é possível combatê-lo com radioterapia localizada, mas em casos de múltiplos tumores pelo corpo, este tratamento torna-se ineficaz.
O principal fator de risco estabelecido para o câncer de próstata, segundo o artigo da Revista HUPE mencionado anteriormente, é a idade: 62% dos casos diagnosticados acometem homens de 65 anos ou mais.
Sendo assim, a principal forma de prevenção está nos cuidados com a própria saúde. Aí entram conceitos bem conhecidos da medicina preventiva, tais como:
A prevenção do câncer de próstata é um tema tão importante que, há alguns anos, temos o chamado novembro azul, tido como o mês de prevenção e conscientização sobre a doença.
Além de tudo isso, é importante que o homem visite seu médico regularmente para a realização de check- ups e exames preventivos, em especial o urologista. Cuidar da própria saúde ainda é a melhor forma de manter a qualidade de vida e prevenir doenças.
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Instituto Nacional de Câncer (INCA). Câncer de próstata. Disponível em: <https://www.inca.gov.br/tipos-de-cancer/cancer-de-prostata> Acesso em: 01/11/21
Revista Hospital Universitário Pedro Ernesto (HUPE). Câncer de próstata. Revista HUPE, Rio de Janeiro, 2015;14(Supl. 1):80-86 doi: 10.12957/rhupe.2015.17931.
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