O que é estresse ocupacional? Entenda causas e consequências!

Luana Cruz | 01 out 2024

Ilustração mulher com nuvem na cabeça representando estresse ocupacional.

No mundo acelerado de hoje, o estresse ocupacional tornou-se uma preocupação crescente, afetando a saúde dos trabalhadores e o sucesso das empresas. Mas o que é exatamente o estresse ocupacional? Quais são suas causas, sintomas e consequências? E, mais importante, como podemos preveni-lo e gerenciá-lo? Neste artigo, vamos explorar todos esses aspectos e fornecer dicas práticas para lidar com o estresse no trabalho.

O que é estresse ocupacional?

O estresse ocupacional é uma resposta natural do corpo a pressões e demandas excessivas no ambiente de trabalho. Sintomas como irritabilidade, dificuldade de concentração e esgotamento físico são sinais de que algo não vai bem. É fundamental identificar os fatores que causam estresse e buscar estratégias para gerenciá-lo, evitando assim problemas mais sérios para a saúde. É importante ressaltar que o estresse ocupacional não é uma doença em si, mas sim um estado de desequilíbrio que, se não for gerenciado adequadamente, pode levar a problemas de saúde mais graves.

Qual é a diferença entre Síndrome de Burnout e estresse ocupacional?

Embora o estresse ocupacional e a Síndrome de Burnout estejam relacionados, eles não são a mesma coisa. O estresse ocupacional é uma resposta normal a situações desafiadoras no trabalho, enquanto o burnout é um estado de exaustão emocional, física e mental crônica, resultante do estresse prolongado e não gerenciado. O burnout se caracteriza por sentimentos de despersonalização, falta de realização pessoal e esgotamento extremo.

O que causa o estresse ocupacional?

Diversos fatores podem contribuir para o desenvolvimento do estresse ocupacional. Alguns dos mais comuns incluem:

  • Ambiente desestruturado: 

Um ambiente de trabalho desorganizado, com falta de recursos adequados, comunicação deficiente e liderança inadequada pode gerar incerteza e frustração nos colaboradores, aumentando o nível de estresse.

  • Sobrecarga de trabalho: 

O excesso de tarefas, prazos apertados e a falta de tempo para descanso podem levar à exaustão física e mental, comprometendo a saúde e o bem-estar dos trabalhadores.

  • Falta de reconhecimento: 

O sentimento de desvalorização, a falta de feedback positivo e as recompensas insuficientes podem minar a motivação e o engajamento dos colaboradores, contribuindo para o estresse ocupacional.

  • Cobranças excessivas: 

Metas irreais, pressão constante por resultados e críticas excessivas podem gerar ansiedade e medo, afetando a saúde mental dos trabalhadores.

  • Clima hostil: 

O assédio moral, os conflitos interpessoais e um ambiente competitivo e tóxico podem criar um clima de tensão e insegurança, aumentando o risco de estresse ocupacional.

  • Cenário de instabilidade: 

A insegurança no emprego, as mudanças organizacionais abruptas e o medo do futuro podem gerar ansiedade e preocupação, impactando a saúde mental dos trabalhadores.

O estresse é uma experiência individual e subjetiva. Fatores que causam grande incômodo para uma pessoa podem passar despercebidos por outra. Além disso, a soma de diferentes estressores pode aumentar o risco de desenvolver o problema.

Quais são as consequências do estresse ocupacional?

O estresse ocupacional pode ter consequências graves tanto para os colaboradores quanto para as empresas.

Consequências para os colaboradores

  • Burnout e esgotamento profissional: O estresse crônico pode levar ao burnout, um estado de exaustão física, emocional e mental que pode afastar o trabalhador de suas atividades por longos períodos.
  • Problemas de saúde física e mental: O estresse ocupacional pode desencadear ou agravar uma série de problemas de saúde, como doenças cardiovasculares, transtornos de ansiedade, depressão, distúrbios do sono, problemas gastrointestinais, entre outros.
  • Diminuição da qualidade de vida e do bem-estar: O estresse pode afetar negativamente a vida pessoal e social dos trabalhadores, comprometendo seus relacionamentos, seu lazer e sua saúde mental.
  • Impacto negativo nos relacionamentos pessoais: O estresse pode levar à irritabilidade, à falta de paciência e à dificuldade de comunicação, afetando os relacionamentos familiares e sociais.

Consequências para a empresa

  • Queda na produtividade e na qualidade do trabalho: O estresse ocupacional pode levar à diminuição da concentração, da motivação e do desempenho dos colaboradores, impactando negativamente a produtividade e a qualidade do trabalho.
  • Aumento do absenteísmo e da rotatividade: O estresse pode levar ao aumento das faltas e da rotatividade de pessoal, gerando custos adicionais para a empresa com recrutamento, seleção e treinamento de novos colaboradores.
  • Custos com saúde e afastamentos: O estresse ocupacional pode gerar custos com tratamentos médicos, afastamentos por doença e indenizações trabalhistas.
  • Clima organizacional negativo: O estresse pode criar um clima de tensão, desmotivação e insatisfação no ambiente de trabalho, afetando a colaboração e o engajamento dos colaboradores.
  • Perda de talentos e dificuldade de atrair novos profissionais: Empresas com alto índice de estresse ocupacional podem ter dificuldade em reter seus talentos e atrair novos profissionais qualificados.

Quais são os sintomas de estresse ocupacional?

O estresse ocupacional pode se manifestar de diversas formas, tanto física quanto psicologicamente. Alguns dos sintomas mais comuns incluem:

Sintomas físicos:

  • Dores de cabeça, musculares e nas costas
  • Fadiga crônica e insônia
  • Problemas gastrointestinais (azia, gastrite, úlceras)
  • Alterações no apetite e no peso
  • Sistema imunológico enfraquecido (maior suscetibilidade a doenças)
  • Aumento da pressão arterial e do risco de doenças cardíacas
  • Palpitações e sudorese

Sintomas psicológicos:

  • Ansiedade, irritabilidade e mudanças de humor
  • Dificuldade de concentração e memória
  • Apatia e desmotivação
  • Sentimentos de inutilidade e baixa autoestima
  • Depressão e pensamentos suicidas
  • Isolamento social e dificuldade de relacionamento

Quais são as doenças mais comuns causadas pelo estresse ocupacional?

O estresse ocupacional crônico pode levar ao desenvolvimento ou agravamento de diversas doenças, incluindo:

  • Transtornos de ansiedade: Síndrome do pânico, fobia social, transtorno de ansiedade generalizada.
  • Depressão: Um dos transtornos mentais mais comuns associados ao estresse ocupacional, caracterizado por tristeza profunda, perda de interesse e prazer nas atividades, alterações no sono e no apetite, entre outros sintomas.
  • Síndrome de Burnout: Estado de exaustão física, emocional e mental crônica, resultante do estresse prolongado no trabalho.
  • Doenças cardiovasculares (DCV): O estresse crônico pode aumentar o risco de hipertensão arterial, doenças cardíacas e acidente vascular cerebral (AVC).
  • Problemas gastrointestinais: O estresse pode desencadear ou agravar problemas como gastrite, úlceras, síndrome do intestino irritável e refluxo gastroesofágico.
  • Distúrbios do sono: A insônia e outros distúrbios do sono são comuns em pessoas que sofrem de estresse ocupacional.
  • Doenças autoimunes: O estresse crônico pode enfraquecer o sistema imunológico, aumentando o risco de doenças autoimunes, como lúpus, artrite reumatoide e psoríase.

Como lidar com estresse ocupacional?

Lidar com o estresse ocupacional requer uma abordagem multifacetada, que envolve tanto ações individuais quanto medidas por parte das empresas.

Estratégias para o colaborador lidar com o estresse

  • Buscar apoio social e profissional: Conversar com amigos, familiares ou um profissional de saúde mental pode ajudar a lidar com o estresse e encontrar soluções para os problemas.
  • Organizar o tempo e estabelecer prioridades: Planejar o dia, delegar tarefas e evitar a procrastinação pode ajudar a reduzir a sobrecarga de trabalho e aumentar a sensação de controle.
  • Praticar técnicas de relaxamento: A meditação, o mindfulness, a yoga e a respiração profunda podem ajudar a reduzir a ansiedade, a tensão muscular e a promover o bem-estar mental.
  • Cuidar da saúde física: Uma alimentação saudável, a prática regular de exercícios físicos e um sono de qualidade são fundamentais para fortalecer o corpo e a mente, aumentando a resiliência ao estresse.
  • Estabelecer limites entre trabalho e vida pessoal: É importante desconectar do trabalho fora do expediente, reservar tempo para hobbies, lazer e convívio social.
  • Desenvolver habilidades de comunicação e resolução de conflitos: Aprender a se comunicar de forma clara e assertiva e a lidar com conflitos de forma construtiva pode ajudar a reduzir o estresse no ambiente de trabalho.

Como as empresas podem contribuir com a prevenção do estresse ocupacional?

As empresas têm um papel fundamental na prevenção e no combate ao estresse ocupacional. Algumas medidas que podem ser adotadas incluem:

  • Promover um ambiente de trabalho saudável e seguro: Garantir condições adequadas de ergonomia, iluminação, ventilação e segurança, além de prevenir o assédio moral e a discriminação.
  • Oferecer programas de bem-estar e saúde mental: Implementar programas de ginástica laboral, palestras sobre saúde mental, oferecer apoio psicológico e promover atividades que incentivem o bem-estar dos colaboradores.
  • Implementar exames no programa de saúde: Soluções diagnósticas, como a Hilab, possibilitam a realização de exames point-of-care, com resultados rápidos, que auxiliam no rastreamento de condições de saúde que podem agravar o estresse ocupacional, como problemas cardíacos, diabetes e alterações hormonais. Programas de saúde ocupacional que incluem uma rotina de exames permitem a gestão completa de dados em saúde, e se tornam um ativo fundamental para a tomada de decisões precoces e preventivas.
  • Estimular o diálogo e a comunicação aberta: Criar canais de comunicação eficazes, promover o feedback construtivo e incentivar o diálogo aberto entre gestores e colaboradores.
  • Reconhecer e recompensar o bom desempenho: Valorizar o trabalho dos colaboradores, oferecer incentivos, oportunidades de crescimento e desenvolvimento profissional.
  • Promover o equilíbrio entre trabalho e vida pessoal: Oferecer horários flexíveis, home office, licenças remuneradas e incentivar a desconexão do trabalho fora do expediente.
  • Implementar políticas de gestão do estresse: Oferecer treinamentos para gestores e colaboradores sobre identificação e manejo do estresse, além de implementar políticas claras de prevenção e combate ao assédio moral e à discriminação.
  • Incentivar a cultura do feedback: Criar um ambiente onde o feedback seja constante e construtivo, permitindo que os colaboradores se sintam ouvidos e valorizados.
  • Promover o desenvolvimento de habilidades: Oferecer treinamentos e capacitações que ajudem os colaboradores a desenvolver habilidades para lidar com o estresse, como gestão do tempo, comunicação assertiva e resolução de conflitos.

Conclusão

O estresse ocupacional é um desafio que afeta tanto os trabalhadores quanto as empresas. Prevenir e gerenciar o estresse no trabalho é fundamental para garantir a saúde e o bem-estar dos colaboradores, aumentar a produtividade e criar um ambiente de trabalho positivo e saudável. Ao adotar medidas preventivas e promover uma cultura de bem-estar, as empresas podem colher benefícios significativos, tanto em termos de saúde e satisfação dos funcionários quanto em termos de resultados e sucesso organizacional.

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Perguntas frequentes sobre estresse ocupacional

Como tratar o estresse ocupacional?

O tratamento do estresse ocupacional pode envolver diferentes abordagens, dependendo da gravidade dos sintomas e das necessidades individuais. Algumas opções incluem:

  • Terapia: A psicoterapia pode ajudar a identificar as causas do estresse, desenvolver estratégias de enfrentamento e melhorar a saúde mental.
  • Medicamentos: Em alguns casos, o médico pode prescrever medicamentos para aliviar os sintomas de ansiedade, depressão ou outros transtornos relacionados ao estresse.
  • Mudanças no estilo de vida: Adotar hábitos saudáveis, como praticar exercícios físicos regularmente, ter uma alimentação equilibrada e dormir bem, pode ajudar a reduzir o estresse e melhorar a saúde geral.
  • Técnicas de relaxamento: A meditação, o mindfulness, a yoga e outras técnicas de relaxamento podem ajudar a controlar a ansiedade, a tensão muscular e a promover o bem-estar mental.

Estresse no trabalho pode causar afastamento?

Se o estresse ocupacional estiver comprometendo a saúde e bem-estar do colaborador, ele tem direito a um afastamento do trabalho. Para isso, é necessário obter um atestado médico que comprove a necessidade do afastamento. O médico irá avaliar sintomas e determinar o período de afastamento necessário para a recuperação.

Qual o CID de estresse no trabalho?

O Código Internacional de Doenças (CID-10) classifica o estresse ocupacional como um “Fator de risco para a saúde” e não como uma doença específica. No entanto, o estresse pode estar associado a diversos diagnósticos, como transtornos de ansiedade (F40-F48), transtornos depressivos (F32-F33) e reações ao estresse grave e transtornos de adaptação (F43).

Quais são os tipos de estresse ocupacional?

O estresse ocupacional pode se manifestar de diferentes formas, dependendo das causas e das características individuais. Alguns dos tipos mais comuns incluem:

  • Estresse agudo: Resposta imediata a uma situação estressante no trabalho, como um prazo apertado ou um conflito interpessoal. Geralmente, os sintomas desaparecem quando a situação estressante é resolvida.
  • Estresse crônico: Resultado da exposição prolongada a fatores estressantes no trabalho. Pode levar a problemas de saúde física e mental mais graves, como burnout, depressão e doenças cardiovasculares.
  • Estresse pós-traumático: Pode ocorrer após um evento traumático no trabalho, como um acidente grave ou um assalto. Os sintomas podem incluir flashbacks, pesadelos, ansiedade e dificuldade de concentração.

Referências Bibliográficas

Luana Cruz

Luana Cruz

Luana é Técnica em Segurança do Trabalho, com mais de 5 anos de experiência na área da saúde. Possui certificação em Bombeiro Civil e formação em Gestão ESG com foco em saúde e bem-estar. Atualmente, é responsável pelo desenvolvimento e implementação de projetos voltados para o bem-estar dos colaboradores.

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