Hilab | 09 jul 2021
Humanizar o acesso à saúde quer dizer romper barreiras para estar cada vez mais perto de quem precisa de cuidado e atenção. E quando essas pessoas vivem em áreas que, muitas vezes, são esquecidas pela sociedade, contribuir com o bem-estar ganha muito mais significado. Foi neste propósito que nossos Hiers Isabella Miyasaki, Lucas Barros e Mônica Ribas participaram da Missão Auaris.
Durante sete dias do mês de junho de 2021, os povos das terras indígenas Yanomami, em Roraima, receberam atendimentos de saúde do nosso time, em parceria com a Secretaria Especial de Saúde Indígena (SESAI), que é responsável por planejar e executar a Política Nacional de Atenção à Saúde dos Povos Indígenas, sobretudo a gestão do Subsistema de Atenção à Saúde Indígena (SasiSUS) no Sistema Único de Saúde (SUS).
As tribos contaram com atendimentos de médicos, enfermeiros e técnicos de enfermagem. Em parceria, realizamos exames de sangue como Perfil Lipídico, Hemoglobina Glicada, Glicemia e demais serviços Hilab.
Partindo de Curitiba-PR, nossos Hiers (como chamamos carinhosamente os colaboradores da Hilab) percorreram milhares de quilômetros, nos mais diversos meios de transporte, como avião, barco e helicóptero, para levar serviços de saúde a quem tanto precisa. Ao chegar em Boa Vista, em Roraima, os trabalhos já iniciaram de imediato.
O acesso das equipes de saúde foi facilitado pelos meios de transporte, mas a realidade do povo indígina Yanomami é bem diferente e muito mais dramática. Os moradores não têm acesso regular aos meios de locomoção e estão a quilômetros de distância da única Unidade Básica de Saúde Indígena. Para chegar até ela, são necessárias horas de caminhada. Se for o caso de um atendimento mais específico, as horas se transformam em dias, já que é preciso pegar um barco ou avião de pequeno porte, chamado na região de ‘teco-teco’, para chegar até outro ponto de acolhimento.
Por isso, entendemos a importância de investir em missões que tenham o objetivo de oferecer soluções que unem tecnologia e humanização, para que cada vez mais pessoas consigam manter o cuidado preventivo com a saúde.
O Lucas Barros, do time de Quality Assurance (QA), explicou que a realidade das tribos é bem difícil, principalmente pela falta de acesso a saneamento básico e à alimentação regular. Grande parte dos povos, inclusive, se alimenta apenas de beiju, que é uma espécie de massa feita à base de mandioca. Crianças e adultos não têm acesso à água tratada para consumo ou higiene, o que reforça mais ainda a importância desse acolhimento aos indígenas brasileiros.
“Esses dias nos ensinaram a olhar para os nossos problemas com outros olhos. O que é fácil pra gente no dia a dia, é algo que talvez eles nunca vão ter na vida. Eles ficaram surpresos com a rapidez dos nossos exames, que ficavam prontos em poucos minutos. Alguns, inclusive, nos contaram que passam meses esperando o retorno de algum atendimento de saúde. Por exemplo, eles faziam um óculos e só conseguiam pegá-lo quatro ou cinco meses depois. Ou até mesmo passavam dias se deslocando até uma unidade de saúde para receber atendimento médico e quase nunca tinham retorno de suas consultas ou exames. Então, foi uma verdadeira missão de honra levar um pouco de saúde a esse povo tão cheio de cultura e amor ao próximo”.
Para tentar minimizar toda essa ausência de acolhimento, levamos nossos serviços de Testes Laboratoriais Remotos (TLRs) para auxiliar os médicos e enfermeiros que, assim como nossos Hiers, foram convocados para fazer a diferença na vida dos Yanomamis.
O ditado popular “a união faz a força” foi o lema principal da Missão Auaris. O grande time de profissionais de saúde dedicou cada minuto dos dias para acolher o maior número de indígenas possíveis. Foram cerca de 150 exames realizados, sendo os principais: hemoglobina, perfil lipídico e glicemia.
A princípio, os moradores passaram pela triagem dos enfermeiros. Nesta etapa, os profissionais buscavam entender como é a vida de cada um e os cuidados básicos de saúde que adotam, como quando foi a última vez que foram ao médico ou realizaram algum tipo de exame, seja de rotina ou para acompanhar e tratar alguma doença específica.
Após a triagem, os pacientes eram encaminhados aos médicos para um atendimento mais específico. Os profissionais, então, analisavam a necessidade do uso de medicamentos (muitos já disponíveis no momento) e encaminhavam para a realização dos exames. E é aí que o nosso time entrava em ação.
Já com o pedido médico, era feito o cadastro deles na nossa plataforma. Então, era realizada a coleta em tubo de EDTA (anticoagulante) devido a quantidade de exames que os médicos solicitavam. Por fim, a amostra era inserida em nossos dispositivos para aguardar o processamento do exame. Assim que o resultado era liberado, o laudo era apresentado aos médicos para que eles pudessem pegar as informações e decidir a melhor conduta com os pacientes.
Muito mais do de levar saúde às pessoas desta população, todos os profissionais envolvidos puderam vivenciar experiências que, sem dúvidas, vão somar positivamente em suas jornadas.
Além de executarem suas funções com maestria e muita responsabilidade, nossos Hiers saíram de mais esta missão com uma visão de mundo completamente diferente e com muito mais orgulho das profissões que escolheram para exercer.
É o caso da biomédica responsável pelo treinamento interno da Hilab, Isabella Miyasaki. Para ela, a Missão Auaris foi alegria e emoção do início ao fim. Realizar os exames nas comunidades, sem acesso a internet ou qualquer outra forma de comunicação, só reforçou a importância de ações como esta.
“Depois de fazer os primeiros exames e ver que deu tudo certo, isso se tornou a melhor coisa que aconteceu. Foi incrível acompanhar esse acesso à saúde acontecendo de verdade, ver que a Hilab conseguiu auxiliar em condutas médicas para o melhor tratamento de pacientes, ver que são diversas pessoas naquele momento trabalhando e prezando pela saúde de outras pessoas que têm o acesso à saúde limitado. É sobre pensar no próximo, ter empatia e cuidado pelo outro. Durante a missão, vi situações que me deixaram bem emocionada, situações tristes e outras felizes, então eu tentei me doar ao máximo para tentar fazer um pouquinho de diferença”.
Isa também contou que durante os atendimentos ela foi “picada” pelo mosquito da “saúde indígena” e que, depois disso, se apaixonou ainda mais por essas missões. Ela quer cada vez mais dar o seu melhor, sempre prezando pela empatia e pelo cuidado.
E essa onda de contágio de amor ao próximo também alcançou a nossa biomédica do setor de laudos, Mônica Ribas Cardoso. Às 6h30, ela já estava de pé, junto com todos da equipe, para seguir o caminho em direção às aldeias. No trajeto, muitas situações adversas, mas todas fizeram seu sonho de ser biomédica ter mais sentido.
“Foi um turbilhão de sentimentos. Estive emocionada em muitos momentos e revoltada em ver o quanto aquele povo é esquecido pelas autoridades. Me senti acolhida com cada demonstração de carinho dos indígenas, fosse com um sorriso tímido ou um aceno, estive feliz praticamente o tempo todo, pois estava realizando um sonho meu desde que escolhi me tornar biomédica. (….) Confesso que voltei da missão com uma visão diferente do mundo, tudo aquilo que vi e vivi me tocou muito profissionalmente e pessoalmente. Dar atenção aos detalhes, agradecer por cada coisinha, desde as minhas refeições até meu banho quente no fim do dia. Consegui desenvolver habilidades profissionais lá que nunca imaginei que conseguiria, tive uma troca muito grande com outros colegas da área da saúde, médicos, enfermeiras e técnicos de enfermagem, o que eles me ensinaram nesses 7 dias é realmente impagável”.
Todas essas experiências só reforçam o quanto o propósito da Hilab de democratizar o acesso à saúde ganha significado a cada dia.
Esta não foi a primeira e nem será a nossa última ação deste tipo. Em novembro de 2020, realizamos a Missão Kayapó. O objetivo foi reforçar o combate à COVID-19 nas comunidades indígenas, onde foram atendidas mais de 5 mil pessoas em Ourilândia do Norte, no estado do Pará.
A parceria da Hilab com a Secretaria Especial de Saúde Indígena foi mais uma forma de mostrar como os serviços de Testes Laboratoriais Remotos podem ser uma ferramenta poderosa de inclusão social, levando o acesso aos serviços laboratoriais a pessoas de áreas remotas, em diferentes situações.
Somos especialistas em Point-of-Care Testing. Criamos dispositivos para exames PoCT, realizados com apenas algumas gotas de sangue e resultados entregues em poucos minutos. Nosso propósito é democratizar o acesso à saúde.
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