Exame de Sífilis: detecte a bactéria que causa a infecção


Entenda como funciona e porque fazer o exame imunocromatográfico que detecta a sífilis, uma Infecção Sexualmente Transmissível (IST) causada pela bactéria Treponema pallidum.

Sífilis: uma IST que pode causar sequelas neurológicas irreversíveis

A situação da Sífilis no Brasil e no mundo é preocupante. De acordo com o Ministério da Saúde, estamos vivendo uma epidemia de sífilis. Desde 2016 a sífilis tem sido considerada um grave problema de saúde pública no país. Fazer o teste laboratorial é muito importante para interromper a transmissão da sífilis e prevenir as sequelas neurológicas do último estágio da infecção. O tratamento é simples e eficaz.

  • 783.544 foi o número de sífilis adquirida notificados pelo Sinam (Sistema de Informação de Agravos de Notificação) no período de 2010 a junho de 2020;
  • 61.127 casos de sífilis em gestantes foram registrados em 2019;
  • 24.130 casos de sífilis congênita foram registrados no mesmo período.
Exame de Gravidez

Como funciona o exame da Hilab?

O exame de Sífilis Hilab é um Point-of-Care Testing para detecção qualitativa de anticorpos da bactéria Treponema pallidum, causadora da sífilis, em amostras de sangue obtidas na ponta do dedo, um método rápido e indolor.

O resultado de uma reação química da amostra é digitalizado e verificado por nossa inteligência artificial, antes de ser analisado por um profissional de saúde. O laudo é enviado por e-mail e SMS.*

O exame de análise de anticorpos contra o Treponema pallidum consegue detectar níveis de anticorpos anti-T. pallidum após a janela de soroconversão, que é em média 22 a 25 dias. Antes desse período a quantidade de anticorpos anti-T. pallidum pode ser muito baixa para ser detectada pelo exame.

*Verificar disponibilidade em farmácias e consultórios isolados.

Quem deve realizar o exame de Sífilis?

O exame é indicado, principalmente, para todas as pessoas com vida sexual ativa, gestantes, pessoas que desejam ter filhos e profissionais de saúde.

Quem não deve realizar esse exame?

O exame de Sífilis Hilab é treponêmico e por isso não é indicado para pessoas que já tiveram a infecção em algum momento da vida. Também não é recomendado para menores de 14 anos ou pessoas que desejam acompanhar o tratamento da infecção. Pessoas entre 14 e 17 anos precisam informar o nome e o contato do responsável legal.

Exame Beta hCG



Informações Técnicas

Analito detectado: Anticorpos contra o Treponema pallidum.
Método: Imunocromatografia.
Tipo de Amostra: Sangue total.
Tempo total até a liberação do laudo: 15 minutos
Especificidade: >99,7%
Sensibilidade: >99,9%

Orientações para antes de fazer o exame

Para realizar o exame de Sífilis Hilab é necessário que o paciente leve um documento oficial com foto.

Como interpretar o resultado do exame de Sífilis Hilab?

Não reagente

Resultado preliminar não reagente

O resultado indica que não há anticorpos contra o Treponema pallidum no sangue, sugerindo ausência de infecção. Em caso de suspeita clínica de sífilis, uma nova amostra deverá ser coletada 30 dias após a primeira para a realização de um novo teste.

Reagente

Resultado preliminar reagente

Indica a presença de anticorpos contra o Treponema pallidum no sangue. Este é um teste de triagem e sugere uma possível infecção. Para a confirmação do diagnóstico da sífilis, exames complementares devem ser realizados.

Atenção: este exame não substitui um diagnóstico médico e o laudo deve ser levado para avaliação.

Perguntas frequentes sobre a Sífilis

A sífilis é uma IST, ou seja, uma infecção sexualmente transmissível. Isso significa que a sífilis é transmitida principalmente através da relação sexual sem camisinha. Também pode ser transmitida da mãe para o bebê durante a gestação. É causada por uma bactéria denominada Treponema pallidum.

A sífilis pode ser transmitida através da relação sexual sem preservativo com uma pessoa infectada ou por contato com sangue contaminado (sífilis adquirida). Também pode ser transmitida para o bebê durante a gestação ou parto (sífilis congênita).

É a sífilis transmitida da mãe para o bebê. A sífilis congênita pode levar ao aborto. Além disso, os bebês podem nascer com problemas respiratórios, anemia severa, pseudoparalisia dos membros, entre outros. Os sintomas e sinais também podem surgir a partir dos dois anos de vida. Segundo a Organização Mundial de Saúde, a sífilis afeta um milhão de gestantes por ano em todo o mundo, levando a mais de 300 mil mortes fetais e neonatais e colocando em risco de morte prematura mais de 200 mil crianças. Por isso todas as pessoas que querem ter filhos devem fazer o exame para detectar a sífilis.

A sífilis adquirida possui três estágios:

  • Estágio primário: Nesse estágio, o primeiro sinal é uma ferida ulcerada, de base dura, que normalmente surge no local de infecção. A ferida é indolor, no entanto produz um líquido altamente infeccioso. Em poucas semanas, a lesão desaparece. Nem sempre a lesão é visível pois, em homens, pode estar localizada na uretra. Durante esse estágio as bactérias entram na corrente sanguínea e se espalham por todo o corpo. Uma vez que essa ferida desaparece em poucas semanas e é indolor, muitas vezes as pessoas não percebem que estão com a doença.
  • Estágio secundário: É caracterizado por erupções na pele e nas mucosas. Qualquer superfície do corpo pode ser afetada por essas lesões que apresentam uma grande quantidade de bactérias e são altamente infecciosas. Outros sintomas incluem febre baixa e mal estar. Após algumas semanas, os sintomas cedem e a doença entra no período latente. Após um período de 2 a 4 anos de latência, a doença normalmente não é transmitida para outras pessoas, mas pode ser transmitida da mãe para o filho (transmissão vertical).
  • Estágio terciário: Esse estágio ocorre somente após muitos anos do início da fase latente. Cerca de 30% das infecções não tratadas levam a esse estágio. Os sintomas incluem lesões denominadas gomas. Algumas dessas lesões podem causar extensos danos nos tecidos, o que leva à perfuração do céu da boca e prejudica a fala. Também podem causar desfiguração e incapacidade, podendo ser fatal. É comum que os sistemas nervoso e cardiovascular sejam prejudicados.

O uso correto e regular da camisinha é uma medida importante de prevenção da sífilis. O acompanhamento das gestantes e suas parcerias sexuais durante o pré-natal contribui para o controle da sífilis congênita.

A sífilis é uma infecção que, quando não tratada, pode trazer sequelas irreversíveis. O tratamento, que é simples e eficaz, é oferecido gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde.

O medicamento utilizado para tratar a infecção é a penicilina benzatina, que é disponibilizada gratuitamente nas unidades básicas de saúde.

Referências bibliográficas

Brasil. Ministério da Saúde. Boletim Epidemiológico. Sífilis 2020. Out. 2020. https://www.gov.br/saude/pt-br/media/pdf/2020/outubro/29/BoletimSfilis2020especial.pdf. Acesso em: 26 de maio de 2021.

Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância, Prevenção e Controle das Doenças Sexualmente Transmissíveis, Aids e Hepatites Virais. Manual Técnico para Diagnóstico da Sífilis / Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde, Departamento de Vigilância, Prevenção e Controle das Doenças Sexualmente Transmissíveis, Aids e Hepatites Virais. – Brasília : Ministério da Saúde, 2016. 52 p.

TORTORA, G.J.; FUNKE, B.R.; CASE, CL. Microbiologia. 10. ed., Porto Alegre: Artmed, 2010.