Teste de HIV Hilab: entenda como funciona


Saiba como fazer o exame que avalia a presença do HIV, vírus que pode causar a AIDS.

HIV: precisamos falar sobre isso

Por muito tempo o HIV (vírus da imunodeficiência humana) foi tido como uma sentença de morte, na qual a pessoa infectada tinha a convicção de que faleceria em decorrência do vírus. Hoje, entretanto, esse cenário mudou. Com a implementação da terapia antirretroviral, a pessoa vivendo com HIV possui a mesma expectativa de vida que uma pessoa sem o vírus. O medicamento é capaz de suprimir a capacidade de replicação do HIV fazendo com que este não afete o sistema imunológico do paciente.

  • Durante a era pré-tratamento, a expectativa de vida de uma pessoa com HIV era de apenas 12,5 anos. Hoje, a expectativa de vida de pacientes soropositivos, que seguem o tratamento corretamente, é próxima do normal (mais de 50 anos de vida)1;
  • No Brasil, em 2019, foram diagnosticados 41.909 novos casos de HIV e 37.308 casos de AIDS2;
  • No Brasil, no período de 2000 até junho de 2020, foram notificadas 134.328 gestantes infectadas com HIV, das quais 8.312 no ano de 20192.
Exame HIV

Como funciona o exame de HIV Hilab?

O exame de HIV Hilab é um Point-of-Care Testing para detecção qualitativa de anticorpos anti-HIV1/2 em amostras de sangue, obtidas na ponta do dedo, um método rápido e indolor.

O resultado de uma reação química da amostra é digitalizado e verificado por nossa inteligência artificial, antes de ser analisado por um profissional de saúde. O laudo é enviado por e-mail e SMS.*

*Verificar disponibilidade em farmácias e consultórios isolados.

Quem deve realizar o exame de HIV?

  • Todos com vida sexual ativa;
  • Gestantes durante o pré-natal ou mulheres que não tenham sido testadas durante o pré-natal ou cuja idade gestacional não assegure o recebimento do resultado do teste antes do parto;
  • Populações mais vulneráveis, como gays, homens que fazem sexo com homens – HSH, pessoas trans (travestis e transexuais), profissionais do sexo, usuários de drogas, população privada de liberdade, parceiros de pessoas vivendo com HIV/AIDS;
  • Acidentes biológicos ocupacionais;
  • Abortamento espontâneo, independentemente da idade gestacional;
  • Pessoas em situação de violência sexual, para fins de profilaxia da infecção pelo HIV;
  • Pacientes com diagnóstico de tuberculose;
  • Pacientes com diagnóstico de hepatites virais.
Exame HIV



Informações Técnicas

Analitos detectados: Anticorpos anti-HIV1/2
Método: Imunocromatografia.
Tipo de Amostra: Sangue total
Tempo total até a liberação do laudo: 25 minutos.
Especificidade: >99,9%
Sensibilidade: >99,9%

Orientações para antes de fazer o exame

Para realizar o exame de HIV Hilab é necessário que o paciente leve um documento oficial com foto.

Quem não deve realizar o exame?

Menores de 14 anos não poderão realizar o exame de HIV com o Hilab. Neste caso, o paciente deverá procurar a Unidade de Saúde mais próxima.

Já as pessoas entre 14 e 17 anos poderão realizar o exame, desde que informem o nome e o contato do responsável legal.

Como interpretar o resultado do exame de HIV?

Não reagente

Resultado preliminar não reagente

Um teste negativo significa ausência de anticorpos anti HIV-1/2 na amostra. No entanto, é importante considerar a janela imunológica e outras interferências. O exame de HIV Hilab, assim como o teste rápido do Sistema Único de Saúde (SUS), tem uma janela de 30 dias. Por isso, caso o seu resultado tenha sido não reagente, verifique se você não teve uma exposição de risco em um período inferior a 30 dias.

Reagente

Resultado preliminar reagente

Indica presença de anticorpos anti HIV-1/2, o paciente deverá procurar o serviço de saúde mais próximo para realizar um outro exame, necessário para confirmar ou não, o diagnóstico. O exame HIV Hilab não define o diagnóstico. Para isso, é necessário fazer exames complementares.

Atenção: este exame não substitui um diagnóstico médico e o laudo deve ser levado para avaliação.

O que pode alterar o resultado do exame de HIV?

Alguns fatores podem interferir nos resultados, tais como: vacina recente contra influenza H1N1, anticorpos autoimunes (artrite reumatóide, anticorpo antimicrossomal, anticorpo anti-músculo liso, anticorpos anti-HLA classe I e II), infecção viral aguda, outras retroviroses, colangite esclerosante primária, terapia com interferon em pacientes hemodialisados, múltiplas transfusões sanguíneas, aquisição passiva (de mãe para o filho), tumores malignos e Síndrome de Stevens Johnson.

Exame HIV

Perguntas frequentes sobre HIV

Uma pessoa, após ter contraído o HIV, pode permanecer muitos anos sem apresentar sintomas e sem desenvolver a doença. Nesse caso, dizemos que a pessoa está vivendo com HIV. A AIDS é o estágio mais avançado da infecção pelo HIV e surge quando a pessoa apresenta os sintomas decorrentes da presença do vírus no organismo.

O HIV, após entrar no organismo através de fluídos corporais, alcança a corrente sanguínea e afeta células específicas do sistema imunológico denominadas células CD4, ou células T. Com a multiplicação do vírus, essas células começam a morrer. Desta forma, o número de células CD4 vai diminuindo cada vez mais, o que leva ao aparecimento de doenças relacionadas à baixa imunidade. Além disso, com o HIV presente na corrente sanguínea, o organismo começa a produzir anticorpos contra o vírus. Alguns tipos de exames detectam esses anticorpos para saber se a pessoa tem infecção pelo HIV.

Para evitar o HIV é importante conhecer a “prevenção combinada”, que envolve a associação de diferentes métodos, de acordo com a situação, riscos e escolhas: testagem regular para HIV e outras ISTs, profilaxia pós-exposição, profilaxia pré-exposição, prevenção da transmissão vertical, imunizar para o HBV e o HPV, redução de danos, tratamento de IST e hepatites virais, preservativos e gel lubrificante, tratar todas as pessoas vivendo com HIV.

Assim é transmitido:

  • Sexo vaginal sem camisinha;
  • Sexo anal sem camisinha;
  • Sexo oral sem camisinha com ejaculação;
  • Uso de seringa por mais de uma pessoa;
  • Transfusão de sangue contaminado;
  • Da mãe infectada para seu filho durante a gravidez, no parto e na amamentação (transmissão vertical);
  • Instrumentos que furam ou cortam não esterilizados.

Assim não é transmitido:

  • Sexo com camisinha;
  • Masturbação a dois;
  • Beijo no rosto ou na boca;
  • Suor e lágrima;
  • Picada de inseto;
  • Aperto de mão ou abraço;
  • Sabonete/toalha/lençóis;
  • Talheres/copos;
  • Assento de ônibus;
  • Piscina;
  • Banheiro;
  • Doação de sangue;
  • Pelo ar.

Clinicamente, a infecção pelo HIV é dividida em três fases: aguda, assintomática e de latência clínica e AIDS.

Fase aguda

A fase aguda corresponde às primeiras semanas de infecção. Nessa fase, a pessoa pode não apresentar sintomas ou ter poucos sintomas como febre, dor de garganta, dor de cabeça, dor ocular, dentre outros. Como esses sintomas são semelhantes aos de uma gripe, muitas vezes passam despercebidos. Passado esse período que dura, em média, 3 a 4 semanas, inicia-se a próxima fase, denominada fase assintomática ou de latência clínica.

Fase assintomática ou de latência clínica

Nessa fase, embora o HIV esteja se replicando no organismo, geralmente não há o desenvolvimento de manifestações clínicas. A duração dessa fase pode variar de pessoa para pessoa, no entanto, a duração média é de 8 a 10 anos. Nesse período de latência, o risco de propagação da infecção aumenta quando o portador do HIV desconhece a infecção.

Síndrome da imunodeficiência adquirida (AIDS)

Nessa fase, a pessoa fica doente devido ao comprometimento do sistema imunológico e os pacientes ficam mais propensos a desenvolver infecções oportunistas que causam pneumonia, meningite, entre outras. Desta forma, os sintomas variam de acordo com o agente causador dessa infecção. Geralmente, os sintomas incluem perda de peso, cansaço incomum, sudorese noturna, inapetência (falta de apetite), diarreia, ressecamento da pele, alopecia (queda de cabelo), entre outros.

A testagem para o HIV é muito importante para a prevenção. A partir da testagem é possível saber qual é o estado sorológico e assim, quais medidas devem ser adotadas de acordo esse estado: caso negativo (não reagente), a pessoa deve continuar se protegendo e, caso positivo (reagente), a pessoa deve realizar outros exames para confirmar, ou não, a possível infecção. Sabemos que grande parte das pessoas não utilizam preservativos, por isso manter uma rotina de testes é essencial para a saúde.

Referências bibliográficas

1 Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância, Prevenção e Controle das Infecções Sexualmente Transmissíveis, do HIV/Aids e das Hepatites Virais. Manual Técnico para o Diagnóstico da Infecção pelo HIV em Adultos e Crianças / Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde, Departamento de Vigilância, Prevenção e Controle das Infecções Sexualmente Transmissíveis, do HIV/Aids e das Hepatites Virais. – Brasília: Ministério da Saúde, 2016. 149 p.

2 Boletim Epidemiológico Especial. Secretaria de Vigilância em Saúde. Ministério da Saúde. HIV/Aids. 2020.