O que é diabetes gestacional? Tire todas as sua dúvidas

Hilab | 29 out 2020

O diabetes gestacional é caracterizado pelo aumento dos níveis de glicose no sangue durante a gravidez. É  uma doença que coloca em risco a saúde do bebê e da futura mãe.

Segundo o Ministério da Saúde, nas últimas duas décadas, houve um aumento progressivo do número de mulheres com diagnóstico de diabetes durante a gestação. Obesidade ou ganho de peso excessivo, hipertensão, idade materna mais avançada e história familiar de diabetes em parentes de primeiro grau são alguns dos fatores de risco.

Entenda como é feito o diagnóstico da diabetes gestacional, quais são os riscos para o bebê e como evitá-la.

O que é o Diabetes Gestacional?

Diabetes mellitus gestacional (DMG) é a intolerância aos carboidratos diagnosticada pela primeira vez durante a gestação e que pode ou não persistir após o parto. Esta condição está associada com disfunção metabólica em mulheres, que persiste até 3 anos após o nascimento do bebê.

O diabetes mellitus gestacional (DMG) corresponde a 90% dos casos de diabetes mellitus (DM) durante a gestação, enquanto a DM tipo 2 preexistente corresponde a 8%.

Mulheres que tiveram DMG possuem maior chance de desenvolver a doença após o parto quando comparadas às mulheres com níveis de glicemia normais durante a gravidez.

Como acontece?

Durante a gestação, ocorrem importantes alterações no metabolismo a fim de suprir as demandas do feto.

O desenvolvimento de resistência à insulina (RI) durante a segunda metade da gestação é resultado desta adaptação, que é mediada por hormônios da placenta, para garantir o aporte adequado de glicose ao feto.

Entretanto, algumas mulheres que engravidam com algum grau de RI, como nos casos de sobrepeso/obesidade, obesidade central e síndrome dos ovários policísticos, este estado fisiológico de RI será potencializado nos tecidos periféricos.

Quais são os fatores de risco para o diabetes gestacional?

Algumas mulheres têm um risco maior de desenvolver a doença e por isso devem tomar mais cuidado. Fique atenta aos fatores de risco:

  • Idade de 35 anos ou mais
  • Sobrepeso, obesidade ou ganho excessivo de peso na gravidez atual
  • Deposição central excessiva de gordura corporal
  • História familiar de diabetes em parentes de primeiro grau
  • Crescimento fetal excessivo, polidrâmnio, hipertensão ou pré-eclâmpsia na gravidez atual
  • Antecedentes obstétricos de abortamentos de repetição, malformações, morte fetal ou neonatal, macrossomia ou DMG
  • Síndrome de ovários policísticos
  • Baixa estatura (menos de 1,5 m)

Como é feito o diagnóstico?

Na primeira consulta pré-natal, a gestante é submetida a um exame de glicemia em jejum. Caso o valor obtido seja igual ou superior a 126 mg/dL, esta mãe é considerada portadora de Diabetes tipo 2.

Entretanto, se o resultado tiver valor entre 92 mg/dL e 126 mg/dL, é feito o diagnóstico de Diabetes mellitus gestacional. Em ambos os casos, deve ser realizada uma segunda dosagem para a confirmação.

Caso a glicemia seja inferior a 92 mg/dL, a gestante será reavaliada durante o segundo trimestre gestacional. Entre a 24ª e a 28ª semana de gestação, a grávida realizará o teste oral de tolerância à glicose, que avalia como o organismo responde à ingestão de açúcares.

Quais as repercussões para o bebê?

Os bebês de mães com diabetes gestacional terão maior disponibilidade de glicose e aumentarão sua produção de insulina a fim de estocar este excesso na forma de energia em suas células.

Este fato fará com que a criança cresça mais do que o esperado, podendo sofrer sérios traumas durante o parto. Além disso, a elevada concentração de insulina pode levar o feto a uma menor oxigenação, o que pode acarretar problemas no desenvolvimento.

O DMG triplica as chances de uma cesária de emergência e quadruplica a incidência de internamentos de recém nascidos em UTIs neonatais. Estudos indicam que o risco dessas morbidades está diretamente relacionado aos níveis de hiperglicemia materna.

Como prevenir?

A prevenção é feita da mesma forma que a da DM tipo 2, isto é, com alimentação saudável e exercícios físicos.

Devem ser evitados carboidratos simples, como pão branco, açúcar refinado, arroz branco, entre outros. O consumo de vegetais e legumes deve ser adotado, além de grãos integrais.

Evitar o sedentarismo com a prática de, pelo menos, 30 minutos diários de corrida ou exercícios aeróbicos também é importante na prevenção da diabetes.

Vale ressaltar que, tanto a dieta quanto os exercícios físicos, devem ser realizados de acordo com a orientação médica e respeitando as contra-indicações obstétricas.

Como é o tratamento?

O tratamento inicial é feito com orientação alimentar que permita o ganho de peso adequado, além do controle do metabolismo. Deve ser realizado, juntamente com o profissional de saúde, o cálculo do consumo calórico semanal de acordo com o IMC de cada paciente.

Podem ser utilizados, com moderação, adoçantes artificiais na substituição dos açúcares da dieta. A prática de atividade física também é importante no controle da glicemia durante a gestação.

Após o diagnóstico da diabetes gestacional, a mulher será orientada a realizar medições diárias de sua glicemia a fim de monitorar a condição do diabetes e evitar picos de liberação de insulina.

Além desses métodos, o médico também poderá abrir mão de medicações para controle da glicemia. Dentre esses medicamentos estão a insulina injetável e fármacos orais.

Gostou do conteúdo? Aproveite para compartilhá-lo nas redes sociais! Curta o Hilab no Instagram. 

Referências bibliográficas:

Medscape. Gestational Diabetes Testing Protocol. Disponível em: <https://emedicine.medscape.com/article/2049380-overview>. Acesso em: 21 de junho de 2019.

Medscape. Diabetes Mellitus and Pregnancy. Disponível em: <https://emedicine.medscape.com/article/127547-overview>. Acesso em: 21 de junho de 2019.

Ministério da Saúde. Diabetes mellitus gestacional – enfoque nos novos critérios diagnósticos. Disponível em: <http://bvsms.saude.gov.br/bvs/artigos/diabetes_mellitus_gestacional.pdf>. Acesso em: 21 de junho de 2019.

Ministério da Saúde. Gestação de Alto Risco. Disponível em: <http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/gestacao_alto_risco.pdf>. Acesso em: 21 de junho de 2019.

Revista da Associação Médica Brasileira. Diabetes mellitus gestacional. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-42302008000600006>. Acesso em: 21 de junho de 2019.

Organização Pan-Americana da Saúde. Ministério da Saúde. Federação Brasileira das

Associações de Ginecologia e Obstetrícia. Sociedade Brasileira de Diabetes Rastreamento e diagnóstico de diabetes mellitus gestacional no Brasil. Brasília, DF: OPAS, 2016. 32p.

Hilab

Hilab

Somos especialistas em Point-of-Care Testing. Criamos dispositivos para exames PoCT, realizados com apenas algumas gotas de sangue e resultados entregues em poucos minutos. Nosso propósito é democratizar o acesso à saúde.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *