Hiperplasia prostática benigna: como diagnosticar e tratar?

Hilab | 05 nov 2021

Hiperplasia prostática benigna: sintomas, diagnóstico e tratamento

Quando falamos na saúde da próstata, todo mundo pensa em câncer de próstata e no temido exame de toque retal. Mas a verdade é que a próstata pode ser acometida por outras doenças, como é o caso da hiperplasia prostática benigna (HPB).

Continue a leitura para saber o que é a HPB e como é feito o diagnóstico e tratamento da condição.

O que é Hiperplasia Prostática Benigna (HPB)?

A hiperplasia prostática benigna é um inchaço na próstata, que faz com que a glândula aumente consideravelmente de tamanho.

Para efeitos de comparação, a próstata de um homem saudável costuma ter o tamanho de uma noz. Já em casos de HPB, a glândula prostática pode chegar a ficar tão grande quanto uma bola de tênis.

Esse aumento de tamanho se dá por conta de um tumor benigno, ou seja, não-canceroso, que se desenvolve no órgão. A HPB se manifesta com a idade, e é a neoplasia benigna mais comum entre os homens: atinge cerca de 25% dos homens na faixa dos 40 aos 49 anos. Já em idosos acima dos 70 anos, a taxa de incidência chega a 80%.

Quais são as causas da HPB?

A causa exata da hiperplasia prostática benigna ainda não é conhecida. Contudo, estudos comprovam que o problema está associado ao processo de envelhecimento natural do homem.

Conforme envelhece, o organismo deixa de produzir certas substâncias e passa por mudanças hormonais que afetam o bom funcionamento do corpo. A diminuição na produção da testosterona e da androstanolona, por exemplo, podem ter relação com o aumento da próstata.

Entre outros fatores que podem estar associados à incidência da HPB, temos síndromes metabólicas e problemas como diabetes, pressão alta e obesidade.

Também existe a predisposição genética: homens com parentes que tiveram HPB têm risco relativo quatro vezes maior que a população normal para desenvolver a condição.

Quais são os sintomas da hiperplasia prostática benigna?

Além de dores e desconfortos na região do baixo ventre, casos de hiperplasia prostática benigna apresentam sintomas que afetam o trato urinário do paciente. Dentre os mais comuns, destacam-se:

  • Incontinência urinária (vontade frequente e urgente de urinar);
  • Dificuldade para começar a micção;
  • Noctúria (acordar frequentemente durante a noite para urinar);
  • Jato de urina fraco e inconstante, com gotejamento em excesso ao final da micção;
  • Sensação de que a bexiga não se esvaziou completamente, mesmo logo depois de urinar.

Uma pessoa saudável é capaz de “segurar” a vontade de fazer xixi sem grandes problemas. Quando ela não é capaz de fazer isso – ou quando a vontade surge repentinamente, de maneira não gradual – é sinal de que algo pode estar errado. Neste vídeo, O Dr. Guilherme Pozzolo, integrante do corpo médico da Hilab, explica porque a HPB prejudica a micção:

A disfunção erétil não é um sintoma comumente relacionado com quadros de HPB. Entretanto, caso o aumento da glândula prostática comprima os nervos responsáveis pela ereção, a próstata pode sim ter relação com casos de impotência.

Por que a hiperplasia prostática benigna causa problemas urinários?

Embora a próstata não faça parte do trato urinário, mas do aparelho reprodutor masculino, ela está localizada logo abaixo da bexiga. Além disso, ela envolve uma parte da uretra, o canal por onde a urina e o sêmen são expelidos.

Por conta dessa localização, quando a hiperplasia prostática benigna causa o aumento do tamanho da próstata, ela passa a pressionar a bexiga, ao mesmo tempo em que estrangula uma parte da uretra. Isso explica a incontinência, o jato de urina inconstante e os demais problemas urinários relacionados à HPB.

Como é feito o diagnóstico?

Geralmente, o homem só vai procurar um urologista depois do aparecimento de eventuais sintomas. O primeiro passo, nesse caso, é responder a um questionário, cujas questões visam quantificar a intensidade dos sintomas e oferecer ao médico um panorama geral da condição do paciente.

Depois disso, deve ser realizado um exame de PSA (Antígeno Prostático Específico), que verifica a concentração da enzima produzida pelas células da próstata em uma amostra de sangue. O exame pode ser feito em um equipamento de Testes Laboratoriais Remotos, e fica pronto em 15 minutos.

Homens saudáveis abaixo dos 65 anos costumam apresentar valores de PSA total inferiores a 2,5 ng/ml. Acima dos 65 anos, esta taxa fica em torno de 4,0 ng/ml. Valores de PSA alterados devem ser analisados por um médico urologista.

Como é feito o tratamento?

O tratamento da hiperplasia prostática benigna pode ser feito de duas maneiras: por meio de medicamentos ou de intervenção cirúrgica. Entenda em quais casos cada abordagem se aplica.

Com medicamentos

Em casos de pacientes com sintomas leves e moderados, o mais comum é que o médico trate da HPB por meio da administração de fármacos. Os tipos de medicamentos mais comuns no tratamento são:

  • Bloqueadores alfa: sua função é relaxar os músculos da bexiga e as fibras da próstata, o que ajuda o paciente a urinar com menos dificuldade;
  • Inibidores da 5-alfa-redutase: são medicamentos que inibem certos processos hormonais do organismo masculino, contribuindo com a redução da glândula prostática;
  • Antimuscarínicos: remédios que ajudam a controlar a bexiga hiperativa, aliviando a incontinência urinária do paciente;
  • Tadalafila: este inibidor da 5-fosfodiesterase geralmente é usado para tratar a disfunção erétil, podendo ajudar a reduzir os sintomas da HPB.

Com cirurgia

Quando o tratamento medicamentoso não surte o efeito esperado, o urologista pode recorrer a diferentes procedimentos cirúrgicos.

Entre as terapias minimamente invasivas, pode-se recorrer à:

  • incisão transuretral da próstata (ITUP);
  • termoterapia transuretral por microondas;
  • terapia laser para remoção de tecido;
  • lifting prostático;
  • embolização prostática.

Em último caso – quando a próstata do paciente já está com mais de 75g -, a solução acaba sendo a remoção completa da próstata – procedimento chamado de prostatectomia.

Mesmo os métodos menos invasivos podem deixar sequelas que afetam a qualidade de vida do paciente, como dificuldade para urinar, infecções urinárias, sangramento na urina e disfunção erétil. É importante que médico e paciente dialoguem para que as possíveis consequências fiquem claras.

As complicações de uma HPB não tratada

Se não tratada, a hiperplasia prostática benigna pode comprometer o bom funcionamento do trato urinário do paciente.

A infecção urinária é o problema mais comum. Caso a bexiga não se esvazie completamente, cria-se um ambiente favorável para a proliferação de bactérias – o que também pode causar cistite, uma infecção da bexiga.

A contração da bexiga também pode ser afetada. O paciente perde a capacidade de “segurar o xixi”, e passa a sofrer de incontinência urinária recorrente.

Em casos mais graves, o inchaço da próstata pode afetar até os rins: a compressão da uretra represa a urina, que se acumula na região, obstruindo os rins. Isso pode evoluir para um quadro de insuficiência renal.

Como vimos, a hiperplasia prostática benigna por si só não é uma doença tão séria, mas pode causar muito desconforto e afetar o sistema urinário e reprodutor do paciente.

Cuide bem da sua próstata: fale com seu urologista e realize os exames preventivos pertinentes. A prevenção é a melhor maneira de evitar doenças e garantir uma vida mais saudável.

Referência

ZERATI, M.; NARDOZZA, A.; DOS REIS, R. B. Urologia Fundamental. São Paulo: Planmark, 2010. cap. 22.

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