Estresse: o que é e por que ele pode causar infarto?

Hilab | 23 set 2021

Quando nos deparamos com uma situação de perigo, é natural que nosso organismo reaja a este estímulo externo. Este fenômeno é comum na maioria dos animais e nos coloca em um estado denominado luta ou fuga. Ou lutamos contra uma ameaça iminente ou fugimos dela. 

Esta situação faz com que nosso coração acelere, para que mais sangue esteja disponível aos músculos; nossa respiração torna-se mais rápida, a fim de prover maior oxigenação ao organismo; nossas pupilas dilatam, para que enxerguemos melhor o que está a nossa frente; além de outras reações provocadas em nosso organismo pela descarga súbita de adrenalina e outros hormônios.

Essa é uma resposta natural do organismo a uma situação de estresse e, para os seres humanos, é semelhante àquela causada por fortes emoções. Esta excitação temporária do corpo não traz repercussões negativas à saúde. Entretanto, quando o estresse não é um fenômeno passageiro, e torna-se crônico, ele torna-se nocivo. Neste artigo vamos explicar quais são os sintomas do estresse e as repercussões do estresse crônico. 

Quais são as consequências e os sintomas do estresse crônico?

O estresse torna-se crônico quando ele persiste por um maior período de tempo. Essa persistência pode ocasionar sintomas como: 

  • Pressão alta; 
  • Ansiedade; 
  • Depressão; 
  • Doença do refluxo gastroesofágico;
  • Problemas intestinais; 
  • Dores de cabeça. 

Neste momento, é importante buscar auxílio médico e psicológico, para que uma avaliação seja realizada.

Por que o estresse crônico é prejudicial para o coração? 

A persistência de níveis elevados de adrenalina e outras catecolaminas promove diminuição do calibre de vasos sanguíneos com aumento do ritmo cardíaco. Desta forma, a pressão arterial do paciente estará constantemente elevada, o que pode levar, futuramente, a um caso de insuficiência cardíaca, além do enrijecimento de artérias e veias.

O estresse pode ser, também, um fator desencadeante de doenças cardiovasculares, como o infarto do miocárdio

De acordo com pesquisa realizada pela Faculdade de Medicina da Universidade de Harvard, o estresse crônico eleva o número de glóbulos brancos na circulação e, essas células de defesa, em excesso podem ocasionar a formação de coágulos, que podem vir a obstruir a passagem do sangue para o tecido muscular cardíaco, causando o infarto.

As consequências extremas do estresse crônico 

O indivíduo em elevado grau estressante pode vir a apresentar sintomas semelhantes aos daqueles que passaram por um episódio de infarto. Crises de ansiedade e pânico podem provocar sintomas como: dores no peito, braço, dormência de membros e sensação iminente de morte. 

Contudo, mesmo que a pessoa esteja, sabidamente, passando por um episódio de crise, deve procurar um estabelecimento de saúde para que seja realizada uma avaliação e a terapia necessária.

Em um estado extremo de estresse, a pessoa pode vir a desenvolver um quadro denominado de cardiomiopatia de Takotsubo, ou síndrome do coração partido. 

Nesta situação há mudança drástica no tipo de energia utilizada pelo músculo cardíaco para se contrair. A partir disso, pode ocorrer lesão da musculatura do coração, infiltrado de células inflamatórias e necrose das bandas cardíacas contráteis. Este fenômeno é ocasionado em decorrência de um pico de adrenalina, noradrenalina e outros hormônios liberados na corrente sanguínea do indivíduo.

Como controlar os níveis de estresse?

Não existe uma fórmula única para o controle dos níveis de estresse. É necessário o manejo em diversas áreas do cotidiano do paciente. 

A alimentação saudável diminui o estresse oxidativo, aquele que age diretamente sobre as células, além de reduzir a carga sobre o aparelho digestivo. A prática de exercícios físicos, por ao menos 150 minutos durante a semana, promove a liberação de endorfinas, responsáveis pela sensação de bem-estar.

Deve ser ressaltado que o atendimento médico deve ser incluído na gestão do estresse, especialmente na saúde cardíaca. 

O profissional de saúde pode auxiliar, também, no controle emocional, agindo como um apoio. Além disso, o paciente pode beneficiar-se, também, de atendimento psicológico ou, até mesmo, psiquiátrico no manejo de sua saúde mental e física.

29/09: Dia Mundial do Coração

Como vimos, o estresse é um dos principais fatores de risco para eventos cardiovasculares. No Brasil, de acordo com o Ministério da Saúde, cerca de 300 mil indivíduos por ano sofrem Infarto Agudo do Miocárdio (IAM), ocorrendo óbito em 30% desses casos. O Dia Mundial do Coração, celebrado em Setembro, tem o intuito de chamar a atenção para as doenças do coração. Continue acompanhando o Blog da Hilab para saber mais sobre essas doenças.

Referências:

Medscape. Takotsubo (Stress) Cardiomyopathy (Broken Heart Syndrome). Disponível em: <https://emedicine.medscape.com/article/1513631-overview#showall>. Acesso em: 17/09/19

Hospital do Coração. Estresse pode levar ao infarto. Disponível em: <https://www.hcor.com.br/imprensa/noticias/estresse-leva-infarto-aponta-pesquisa-de-harvard/>. Acesso em: 17/09/19.

Hospital do Coração. Infarto pode ser desencadeado por estresse repentino. Disponível em: <https://www.hcor.com.br/imprensa/noticias/cardiologista-alerta-que-estresse-repentino-pode-causar-infarto/>. Acesso em: 17/09/

UOL. As emoções e o coração. Disponível em: <https://drauziovarella.uol.com.br/entrevistas-2/as-emocoes-e-o-coracao-entrevista/>. Acesso em: 17/09/19

Ministério da Saúde. Biblioteca Virtual em Saúde. Estresse. Disponível em: <http://bvsms.saude.gov.br/bvs/dicas/253_estresse.html>. Acesso em: 17/09/19

 

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