Quais são os sintomas da chikungunya e como ocorre a transmissão?

Micheli Pecharki | 16 mar 2021

Sintomas da chikungunya

A febre chikungunya é, assim como a dengue e o zika, uma arbovirose transmitida por mosquitos do gênero Aedes. O CHIKV, vírus que causa a doença, foi detectado pela primeira vez no Brasil em 2014, nos estados do Amapá e da Bahia, e a partir de então se espalhou para outras regiões do País.

Como a chegada do calor e das chuvas de verão costuma trazer consigo o risco de epidemias transmitidas por mosquitos, é preciso estar atento. A doença é preocupante principalmente para idosos e crianças e pode comprometer a qualidade de vida por meses e até mesmo anos.

Saiba como reconhecer os sintomas e como se prevenir.

O que é a febre chikungunya e como ela é transmitida? 

Chikungunya é uma doença causada pelo vírus chikungunya (CHIKV) que é transmitido através da picada de mosquitos do gênero Aedes. Em cidades, a doença é transmitida principalmente pelo Aedes aegypti. Em áreas rurais é transmitida pelo Aedes albopictus. No Brasil, a circulação do vírus foi identificada pela primeira vez em 2014.

Quais são os sintomas da chikungunya?

Os sintomas da febre chikungunya são semelhantes aos da dengue. Segundo o Ministério da Saúde, cerca de 70% dos são sintomáticos. Geralmente, os sintomas aparecem de dois a 12 dias da picada do mosquito, após o período de incubação.

A principal manifestação clínica que difere a chikungunya da dengue são as fortes dores nas articulações, que muitas vezes podem estar acompanhadas de inchaço. 

Os principais sintomas da chikungunya incluem:

  • Febre alta de início abrupto.
  • Dores intensas nas juntas, em geral bilaterais (joelho esquerdo e direito, pulso direito e esquerdo, etc).
  • Pele e olhos avermelhados.
  • Dores pelo corpo.
  • Dor de cabeça.
  • Náuseas e vômitos.

A doença pode evoluir em três fases: aguda, subaguda e crônica.

Aguda ou febril

Caracterizada principalmente por febre de início abrupto, e surgimento de intensa poliartralgia (dor que compromete várias articulações), geralmente acompanhada de dores nas costas, rash cutâneo (manchas na pele – presente em mais de 50% dos casos) dor de cabeça e cansaço, com duração média de sete dias.

Subaguda

Nesta fase pode haver agravamento da artralgia. A febre normalmente desaparece. Se os sintomas persistirem por mais de três meses, após o início da doença, estará instalada a próxima fase da doença.

Crônica

É caracterizada por dor articular, musculoesquelética e neuropática (sensação dolorosa que ocorre em uma ou mais partes do corpo e é associada a doenças que afetam o Sistema Nervoso Central). A duração desta fase é variável. Os principais fatores de risco para a cronificação incluem: idade superior a 45 anos, significativamente maior no sexo feminino, desordem articular preexistente e maior intensidade das lesões articulares na fase aguda.

Quais são as manifestações atípicas e graves?

Em áreas com circulação de chikungunya, podem ocorrer casos com manifestações atípicas que não apresentam febre e dor articular. Segundo o Ministério da Saúde algumas manifestações atípicas e graves são: convulsão, síndrome de Guillain-Barré, Nefrite e insuficiência renal aguda, miocardite, pericardite, insuficiência cardíaca, arritmia e instabilidade hemodinâmica.

Geralmente as formas graves da infecção pelo CHIKV acometem pacientes com comorbidades (história de convulsão febril, diabetes, asma, insuficiência cardíaca, alcoolismo, doenças reumatológicas, anemia falciforme, talassemia e hipertensão arterial sistêmica), crianças, pacientes com idade acima de 65 anos e aqueles que estão em uso de alguns fármacos (aspirina, anti-inflamatórios e paracetamol em altas doses).

Como é o tratamento? 

O manejo do paciente com suspeita de chikungunya é diferenciado de acordo com a fase da doença: aguda, subaguda ou crônica. Até o momento, não existe tratamento específico para chikungunya. A terapia utilizada é de suporte sintomático (medicamentos para dor e febre), hidratação e repouso.

Existe vacina contra chikungunya? 

A vacina contra a chikungunya está em fase de desenvolvimento e tudo indica que, em breve, estará disponível. A vacina está sendo desenvolvida pela companhia farmacêutica francesa Valneva, em parceria com o Instituto Butantan. O desenvolvimento da vacina, nomeada VLA1553 já está na fase 3 de seu ensaio clínico, e é a única vacina contra a chikungunya de todo o mundo que está tão adiantada em sua testagem.

Como a doença é diagnosticada? 

O diagnóstico da febre chikungunya é clínico e feito por um médico. Além do diagnóstico clínico existem exames, como o Testes Laboratoriais Remotos (TLRs) que são capazes de detectar a febre chikungunya em poucos minutos.

Como prevenir a doença? 

A melhor forma de combater a doença é eliminando os focos do transmissor, o mosquito Aedes aegypti. Por isso, não deixe água parada em pneus e vasos de plantas, mantenha o lixo sempre bem fechado e limpe as calhas com frequência. Além de não deixar água parada, também é importante manter os locais limpos. Os ovos do mosquito podem se manter viáveis por mais de um ano sem água.

Para se proteger de picadas, utilize roupas que minimizem a exposição da pele durante o dia. Repelentes e inseticidas também podem ser utilizados.

Fique atento: combater o mosquito é dever de todos

O Aedes aegypti, além de transmitir a febre Chikungunya também transmite a dengue, a febre amarela e o vírus zika. Caso você encontre algum local que não esteja seguindo as recomendações de prevenção contra essas doenças, não deixe de fazer uma denúncia para a Secretaria de Saúde da sua cidade. Também é importante ficar atento aos sinais da doença. Caso sinta os sintomas, procure a unidade de saúde mais próxima.

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Referências Bibliográficas:

Agência Fiocruz de notícias. Fiocruz promove evento sobre possíveis epidemias no verão. Disponível em: <https://agencia.fiocruz.br/fiocruz-promove-evento-sobre-possiveis-epidemias-no-verao>. Acesso em: 04 de janeiro de 2018.

Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância das Doenças Transmissíveis. Chikungunya : manejo clínico / Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde, Departamento de Vigilância das Doenças Transmissíveis. – Brasília: Ministério da Saúde, 2017. 65 p. : il.

Brasil. Ministério da Saúde. Chikungunya: causas, sintomas, tratamento e prevenção Disponível em: <http://portalms.saude.gov.br/saude-de-a-z/chikungunya>. Acesso em: 04 de janeiro de 2018.

Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Secretaria de Atenção Básica Chikungunya: Manejo Clínico/ Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde, Secretaria de Atenção Básica. – Brasília: Ministério da Saúde, 2017. 78 p.

Micheli Pecharki

Micheli Pecharki

Micheli é Bióloga. Acredita que transformar o conhecimento técnico em algo acessível é essencial para que as pessoas saibam como cuidar mais da própria saúde e vivam, assim, com mais qualidade de vida.

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