Hilab | 04 out 2021
Quando sentimos dores insistentes em alguma parte do corpo, normalmente tentamos entender a causa. Foi algum impacto? Um mau jeito durante alguma atividade física? Ou será uma torção ou nervo inflamado? Mas sabia que este pode ser um dos sintomas da fibromialgia?
As pessoas que sofrem desse problema, simplesmente sentem muita dor pelo corpo, sem motivo aparente. A fibromialgia é uma doença crônica que afeta um grande número de pessoas ao redor do mundo, aparecendo sem qualquer aviso, mas com um diagnóstico difícil de se obter.
Neste post, vamos conhecer mais sobre essa enfermidade, seus sintomas, causas e os tratamentos existentes. Boa leitura!
A fibromialgia é uma doença reumática, ou seja, uma enfermidade que afeta o aparelho locomotor de uma pessoa – que inclui ligamentos, músculos, articulações, tendões, etc.
A fibromialgia também é uma doença crônica, ou seja, não existe um tratamento rápido, tampouco uma cura de curto prazo. Quando ela se manifesta, dura pelo menos três meses, com muitos pacientes sofrendo com essa condição por anos ou mesmo pela vida inteira.
Curiosamente, esta é uma doença que surge sem motivo aparente, de repente, causando dor intensa em uma ou mais regiões do corpo. Pessoas de qualquer faixa etária podem ser afetadas, sendo mais comum em pessoas entre 30 e 50 anos.
Só no Brasil, estudos apontam que cerca de 4 milhões de pessoas sofrem da doença. A maioria deles são mulheres, que apresentam, em média, oito de cada 10 casos diagnosticados.
Os sintomas de fibromialgia geralmente envolvem dores muito intensas espalhadas por pontos específicos, ou mesmo por todo o corpo. Entre os focos de dor mais comuns estão o pescoço, ombros e outros pontos de articulação, como cotovelos, punhos e joelhos.
Como a dor é aguda e constante, a fibromialgia acaba por comprometer consideravelmente a qualidade de vida do paciente, afetando-o não apenas fisicamente, mas também mentalmente e emocionalmente.
Entre os sintomas de fibromialgia que podem se manifestar em paralelo às dores, temos:
A ansiedade e a depressão são os sintomas de fibromialgia mais perigosos, pois tornam-se gatilhos para o próprio desenvolvimento da doença. Não é exagero: a dor intensa e prolongada pode levar à depressão, agravando ainda mais a situação do paciente e impedindo que ele consiga levar uma vida normal.
É difícil diagnosticar a fibromialgia por conta da não-relação entre as dores sentidas pelos pacientes e as razões claras para que sintam-se assim. O problema causa essa condição, mas não é possível identificar porque o corpo está passando por tal aflição por meio de exames físicos.
Essas dores não são acompanhadas de nenhuma inflamação na região dolorida. Isso ocorre porque, segundo estudos, a fibromialgia pode ser uma doença relacionada a fatores neurológicos. Contudo, não foi encontrado nenhum gene que esteja relacionado a casos da doença.
No entanto, graças a estudos e avanços na medicina com relação à essa doença, hoje em dia é possível identificá-la com mais facilidade.
O diagnóstico é feito através de exames clínicos, por um método de eliminação. Diversos exames são realizados para identificar as origens dos diferentes sintomas de fibromialgia: as dores em si, os sintomas psicológicos, a ansiedade, a depressão, o cansaço, etc.
Ao se investigar cada sintoma – especialmente as dores – sem que possa ser determinada uma razão biológica para eles, a hipótese da fibromialgia torna-se mais clara tanto para o paciente quanto para o médico.
Quando um paciente sofre de dores crônicas ou acredita estar com sintomas de fibromialgia, a melhor ação é procurar um médico reumatologista, que é o profissional que trata de doenças relacionadas ao sistema locomotor e cuida de ossos, músculos, ligamentos e tendões.
É importante procurar esse especialista, principalmente para uma interpretação mais correta dos exames. Como já dito, o diagnóstico da fibromialgia é difícil de ser realizado e exige uma interpretação médica competente para que um tratamento possa ser iniciado.
O diagnóstico da fibromialgia pode demorar por conta de todos os processos e exames que são necessários para que seja confirmado que realmente trata-se de um caso desta doença.
Os sintomas de fibromialgia são comuns para outros tipos de doenças, e como surgem de repente, sua real causa precisa ser investigada a fundo, o que acaba tomando muito tempo.
Um dos primeiros passos é investigar as dores localmente através de exame físico. Caso o paciente apresente sintomas psicológicos e neurológicos, também é necessário analisar as possíveis causas.
Esta verificação psicológica é necessária pois acredita-se que as dores causadas pela fibromialgia são fruto de uma alteração da percepção de dor pelo cérebro. Exames comprovam um maior volume de neurotransmissores de dor em quem sofre de fibromialgia, o que explicaria a reação exagerada à dor.
A fibromialgia também pode aparecer associada a outras doenças reumáticas, como artrite reumatóide (doença autoimune em que o próprio corpo ataca as articulações, causando dores e inchaços). Por conta disso, exames como tomografias e radiografias precisam ser bem estudados, pois podem não ser indicativos precisos sobre as causas da dor de um paciente.
Por esses motivos, o processo de diagnóstico da fibromialgia pode ser demorado, o que dificulta o início adequado do tratamento de um paciente. Em caso de interpretação errônea dos exames e sintomas, um paciente pode receber um tratamento inadequado, voltando a sentir dores e tendo que conviver com esta difícil condição.
Pessoas com fibromialgia comumente também são afetadas por doenças psicológicas como depressão e ansiedade. A razão para isso se dá na própria forma como a doença afeta o indivíduo.
A relação entre as duas se dá, em parte, pela possível origem neurológica da fibromialgia, que faz com que o cérebro identifique pontos de dor corporal onde, teoricamente, não há nada de errado.
A outra e principal razão é o impacto mental que essas dores causam. A fibromialgia pode acometer uma pessoa por no mínimo três meses. Essa longa exposição à dor, aliada a diagnósticos falhos e tratamentos ineficazes, compromete a vida social e a saúde mental dos pacientes. A falta de informação, de empatia e de alívio podem levar a preocupantes quadros depressivos.
Porém, a relação entre essas duas doenças não para por aí. Com o agravamento da depressão, outros sintomas se desenvolvem – ou se agravam -, incluindo a insônia, a fadiga e as alterações de humor. Isso gera um círculo vicioso: a fibromialgia pode causar depressão, que agrava os sintomas e dores da doença.
Como o desenvolvimento de depressão e ansiedade são tão comuns em pacientes com fibromialgia, faz-se necessário um acompanhamento mais intenso e pessoal com quem sofre da doença. A situação ainda levanta questões na comunidade médica sobre qual é realmente a melhor forma de se realizar o tratamento desses pacientes.
O tratamento da fibromialgia tem como foco a melhoria da qualidade de vida dos pacientes, para que eles sejam capazes de lidar com os afazeres do dia a dia de forma saudável. Como a doença não causa deformidades nem sequelas físicas no corpo (apesar da dor constante), o tratamento geralmente envolve mudanças de hábitos.
O principal tratamento envolve exercícios físicos, pois condicionando melhor o corpo, a sensibilidade à dor é controlada. A prática de atividades físicas também libera endorfina e serotonina – substâncias que estão associadas ao prazer e à felicidade, e são importantes aliados no combate à depressão. Junto deles, vem a melatonina, hormônio que regula o sono e contribui com a saúde mental do paciente.
Há também tratamentos com medicações que visam controlar os sintomas de fibromialgia, principalmente fármacos capazes de amortecer ou diminuir a dor. Antidepressivos e remédios para regular o sono também podem ser receitados, conforme a condição do paciente
As medicações, no entanto, são usadas como um suporte para o tratamento de longo prazo, que por sua vez envolve principalmente exercícios aeróbicos e uma reabilitação física para amenizar a dor e o desconforto causados pela doença.
Apesar de não haver uma cura definitiva, é possível ajudar os pacientes a conviverem com a enfermidade com mais qualidade de vida, diminuindo as dores e aliviando os sintomas de fibromialgia. Tudo isso é fundamental para a manutenção da saúde de quem sofre com a doença.
Para saber mais sobre outras condições de saúde, acompanhe o Blog da Hilab. Por lá , estamos sempre trazendo informações claras, como uma forma de também facilitar e democratizar o acesso à saúde de qualidade.
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