Hilab | 06 ago 2021
A medicina é uma área do conhecimento muito ampla e cheia de possibilidades. Como há muitas coisas para serem estudadas, os profissionais da saúde acabam se especializando em determinados campos, para poderem se dedicar melhor. Hoje vamos falar sobre uma dessas especialidades, a infectologia.
Infectologia é a especialidade da medicina que tem por objetivo estudar, diagnosticar e tratar as doenças e condições médicas que são causadas por um agente etiológico – um organismo que é capaz de produzir e causar uma doença. Vírus, bactérias, fungos e protozoários são exemplos de agentes etiológicos, também conhecidos como patógenos.
Como grande parte das doenças têm origem infecciosa, o médico infectologista acaba sendo um profissional bastante requisitado. De um simples resfriado comum até o sarampo, passando por HIV, hepatites virais, meningite – sem esquecer da COVID-19, claro – todas essas doenças (e muitas outras) compreendem o objeto de estudo do infectologista.
A pandemia do novo coronavírus deu nova importância ao profissional especializado em infectologia. Parte disso se deve ao fato de que o vírus da Sars-CoV-2 surgiu e se espalhou muito rapidamente. Uma ameaça desconhecida e letal como essa precisa ser estudada por profissionais capacitados o mais rápido possível para que vacinas e medicamentos possam ser desenvolvidos. O infectologista é parte importante do time de especialistas que estuda uma nova doença.
Como em praticamente todas as outras especialidades da medicina, a boa prática da infectologia demanda que o profissional passe por um período de residência médica. É ali que ele vai aprofundar seus conhecimentos sobre o tema, fazer contato com outros profissionais da área e ter a chance de estudar casos clínicos, onde poderá colocar em prática o que aprendeu.
A residência em infectologia dura três anos. Para ingressar, não tem muito segredo: basta ter registro de médico para poder fazer a inscrição. Existem dezenas de programas de residência médica credenciados pela Comissão Nacional de Residência Médica (CNMR), em parceria com o Ministério da Educação (MEC).
O Brasil oferece ótimas opções de residências para infectologistas vinculadas a hospitais universitários renomados. O site da Sociedade Brasileira de Infectologia lista mais de 70 instituições – de caráter federal, estadual, militar, privado ou filantrópico – espalhadas por todo o país para a realização da residência médica com foco em infectologia, infectologia hospitalar, medicina tropical, infectologia pediátrica e hansenologia.
O médico infectologista tem uma ampla gama de possibilidades na hora de trabalhar. Ele pode, por exemplo, atuar na pesquisa e desenvolvimento de vacinas, imunizantes e técnicas para evitar a disseminação de certos micro-organismos nocivos para a saúde humana – função que a pandemia provou ser de vital importância para toda a sociedade.
Mas isso é apenas um exemplo. Vamos listar agora algumas das diversas áreas em que o infectologista pode atuar:
A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que pelo menos 60% das enfermidades que acometem humanos são zoonoses, ou seja, são transmitidas por animais, ou arboviroses – doenças em que o vetor é um artrópode (mosquitos, carrapatos, aranhas).
Raiva, leptospirose, doença de chagas, febre amarela, dengue e malária são alguns exemplos de doenças que entram nessa conta. O profissional da infectologia é indispensável no tratamento e prevenção de todas elas.
HIV, herpes, gonorreia, sífilis e clamídia são exemplos de infecções transmissíveis que um indivíduo pode contrair através de relações sexuais e por isso são denominadas ISTs.
A infectologia também atua neste campo, tanto no tratamento e prevenção dessas doenças como na parte de estudo e análise laboratorial, com foco no desenvolvimento de medicamentos que tragam mais qualidade de vida aos pacientes.
O termo “infecção hospitalar” faz alusão especificamente às infecções que uma pessoa pode adquirir enquanto está dentro de um hospital. Pneumonias, infecções urinárias, de pele e de sangue são algumas das mais comuns, geralmente resultantes da contaminação por bactérias, que se aproveitam do sistema imunológico debilitado dos pacientes.
As infecções hospitalares são classificadas em quatro tipos:
O infectologista atua diretamente no ambiente hospitalar para identificar e mitigar as causas de infecções hospitalares. Isso pode ser feito através da elaboração de normas e rotinas de limpeza, esterilização de ambientes e equipamentos, campanhas de estímulo à higiene laboral, orientações gerais sobre o uso de equipamentos e medicamentos e monitoramento de casos de infecção.
Também chamada de medicina do viajante, este campo da medicina foi indiretamente criado por conta do turismo: quando pessoas que residem em áreas mediterrâneas, desérticas ou muito frias viajam para regiões tropicais e subtropicais, acabam se expondo a uma infinidade de doenças que lhes são desconhecidas. A medicina tropical existe para orientar e proteger esses turistas.
Climas diferentes favorecem a proliferação de micro-organismos, animais e insetos diferentes. Como há muitas doenças contagiosas que podem vir de água contaminada, comida mal cozida, picadas de mosquito, animais peçonhentos, entre outras causas, a infectologia atua na prevenção, diagnóstico e tratamento dos problemas à saúde que podem acometer os viajantes.
É normal precisarmos tomar determinadas vacinas antes de entrarmos em determinados países. De 2020 para cá, por exemplo, precisamos de um atestado negativo de COVID-19 para podermos entrar em certos países. A pandemia deu origem aos testes de COVID-19 em aeroportos.
O trabalho da infectologia na medicina tropical envolve ações preventivas desse tipo, a fim de garantir a saúde de turistas, mochileiros e viajantes. Esta é uma especialidade ainda pouco difundida no Brasil, ainda que a Sociedade Brasileira de Medicina Tropical exista desde a década de 60.
Existem diversas doenças a que estamos muito mais suscetíveis em nossos primeiros anos de vida. Sarampo, varicela, poliomielite (paralisia infantil) e caxumba são alguns exemplos de enfermidades que são mais comuns em crianças e adolescentes.
Para diagnosticar e tratar doenças transmissíveis comuns em bebês, crianças e adolescentes com idades entre 0 e 19 anos, o profissional infectologista pediátrico é o mais indicado. Sua expertise pode identificar sintomas precocemente e indicar os tratamentos mais eficazes, de acordo com o histórico de cada paciente.
Antigamente chamada de lepra, a hanseníase é uma doença crônica causada por uma bactéria (Mycobacterium leprae) que afeta as terminações nervosas que nos permitem sentir dor, calor, frio, etc.
O paciente que tem a doença vai apresentar alteração, diminuição ou perda total da sensibilidade em certas partes do corpo – mãos, braços, pernas e pés, principalmente -, além de diminuição da força muscular que pode tornar-se incapacitante.
Segundo a Sociedade Brasileira de Hansenologia, nosso país é o segundo com mais casos de hanseníase no mundo, ficando atrás apenas da Índia. Todos os anos, mais de 30 mil novos casos são diagnosticados por aqui.
A hansenologia é um braço da infectologia que atua no campo da dermatologia, e busca orientar os pacientes sobre como identificar, tratar e conviver com a doença, que tem um ciclo de tratamento relativamente longo – dura, em média, 12 meses.
Embora os medicamentos sejam fornecidos de graça pelo Sistema Único de Saúde (SUS), o acompanhamento de um profissional infectologista é fundamental, uma vez que as bactérias podem acabar desenvolvendo resistência aos antibióticos, o que vai exigir uma abordagem diferenciada por parte do médico
Dados da Demografia Médica, cruzados com informações do Conselho Federal de Medicina (CFM) e do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) indicam que, em 2019, o salário médio de um infectologista no Brasil era de R$ 6.958.
Este valor oscila de acordo com a região do país, podendo chegar até pouco mais de R$ 8.000 em alguns estados. No que diz respeito ao teto de ganhos da profissão, uma pesquisa do site Vagas aponta que um médico infectologista no Brasil pode ganhar até R$ 13.000.
Quando se fala em doenças transmissíveis, é fundamental que a população tenha acesso a exames laboratoriais para evitar surtos e epidemias. Nos últimos anos, vimos doenças que já estavam erradicadas – como o sarampo e a poliomielite – retornando, o que deixa a população e os profissionais da saúde em alerta.
Nessas horas, a praticidade de um Teste Laboratorial Remoto pode fazer toda a diferença: a Hilab trabalha com dispositivos inteligentes que podem realizar 20 tipos de exames diferentes. Por poderem ser instalados em farmácias, clínicas, casas de repouso e consultórios, o acesso à saúde é facilitado para quem vive longe dos grandes centros urbanos ou laboratórios de análises clínicas.
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