Diabetes tipo 2: entenda as causas, sintomas e como diagnosticar

Hilab | 25 fev 2021

Tanto o diabetes mellitus (DM) do tipo 1 quanto o do tipo 2 podem apresentar uma diversa gama de sintomas que podem ser confundidos com variadas doenças, como as cardíacas, as renais e aquelas que afetam o sistema nervoso, as neuropatias.

Entretanto, inicialmente ambos os tipos de DM apresentarão sinais específicos do aumento da glicemia sanguínea (quantidade de açúcares no sangue).

Acompanhe o artigo a seguir para saber quais podem ser os sintomas iniciais, quais são as consequências da diabetes e o que fazer para descobrir se você tem a doença.

Quais os sintomas iniciais do diabetes?

Inicialmente, o diabetes acarreta os sintomas denominados de “4 Ps”:

  • Poliúria (aumento do volume urinário);
  • Polidipsia (aumento da sede);
  • Polifagia (aumento da fome);
  • Perda de peso.

Estes são causados pelo aumento da glicemia sanguínea (maior quantidade de açúcares no sangue) e as repercussões dessa elevação em todo o organismo.

A elevada glicemia, a nível renal, faz com que os rins, na tentativa de diluir estes açúcares, puxe mais água para a urina, o que acarreta aumento do volume desta. Esta situação aumenta a excreção de água, desidratando o organismo, o que provoca maior sede ao paciente.

Além disso, como o indivíduo diabético possui resistência à (ou falta de) insulina, a glicose circulante não é carreada para dentro das células e, com esta falta de fonte energética, o organismo aumenta a sensação de fome. E, mesmo com o paciente aumentando sua ingesta alimentar, não há ganho de peso, pois a glicose ingerida não consegue ser utilizada pelas células, devido à escassez do hormônio insulínico.

Quais as repercussões tardias?

Quando o diabetes não é tratado adequadamente, pode vir a ocasionar problemas mais graves em quadros prolongados.

A alta viscosidade do sangue, consequente da elevada taxa glicêmica, reduz a circulação e, por consequência, a oxigenação de áreas irrigadas por pequenos vasos. Os rins, a retina e as extremidades do corpo, como os pés, são os primeiros a sofrerem as repercussões. Complicações comuns incluem a nível microvascular incluem: insuficiência renal, perda de visão e o pé diabético.

Entretanto, a doença não se limita apenas às áreas de pequenos vasos. Em casos de precário controle da DM, o sistema cardiovascular e o sistema nervoso também são afetados.

Níveis elevados de glicemia estão associados ao aumento da taxa de colesteróis ruins (LDL e triglicerídeos) e à diminuição dos valores do colesterol bom (HDL). Esta situação está relacionada à deposição de gordura na parede de grandes vasos, como a aorta e as carótidas, o que aumenta o risco de infarto e doenças cardíacas.

Além do sistema cardiovascular, o paciente com diabetes também pode ser afetado a nível de sistema nervoso pela doença.

A neuropatia diabética também ocorre em decorrência dos altos níveis glicêmicos do paciente. Também é importante ressaltar o aumento das chances de eventos tromboembólicos, como o acidente vascular cerebral, o infarto agudo do miocárdio, o tromboembolismo pulmonar e a trombose venosa profunda, que acontecem devido à maior viscosidade do sangue.

Como descubro se tenho diabetes? 

São dois os principais exames realizados na detecção do diabetes, a glicemia de jejum e a hemoglobina glicada (HbA1c).

O primeiro é utilizado na mensuração dos níveis glicêmicos, após 8 horas sem ingerir qualquer alimento, e tem valor inferior a 99 mg/dL em pessoas saudáveis. Um resultado entre 100 e 125 mg/dL indica um estado de pré-diabetes podendo ser contornado através de mudanças no estilo de vida do indivíduo. Por outro lado, valores iguais ou superiores a 126 mg/dL, em dois testes diferentes, são sinônimos de diabetes e caberá ao médico e ao paciente acordar uma meta terapêutica a fim de evitar as consequências da doença.

A hemoglobina glicada também reflete o estado glicêmico do paciente, porém ela representa a média deste durante um período de 120 dias. A HbA1c é a medida da glicose que se liga à hemoglobina presente no sangue. Os valores normais de hemoglobina glicada vão de 4,8% a 5,9%, e o diagnóstico de diabetes se dá em valores iguais ou superiores a 6,5%. A meta para aqueles já com diabetes estabelecida é uma HbA1c inferior a 7%.

O que fazer para evitar o diabetes? 

O diabetes, normalmente, ocorre em decorrência do estilo de vida do indivíduo. A elevada ingestão de carboidratos simples (farinhas brancas, açúcares refinados, arroz branco, entre outros) eleva rapidamente a glicemia sanguínea da pessoa e, por consequência, ocorrem picos insulínicos.

O organismo acostuma-se com esta alta insulina e torna-se resistente a ela mantendo o paciente em um estado hiperglicêmico. Para evitar este fenômeno, recomenda-se a substituição das farinhas e cereais brancos por integrais, além da realização de exercícios físicos diariamente.

Entretanto, existem casos nos quais o diabetes não pode ser evitado, como na diabetes tipo 1, que ocorrem por erros no sistema imune do paciente. A DM1 tem início, geralmente, durante a infância e tem caráter autoimune, ou seja, anticorpos do próprio paciente destroem as células responsáveis pela produção de insulina. Esta é o hormônio que retira o açúcar do sangue e o torna disponível como fonte de energia às células. Neste grupo de diabetes, os pacientes afetados serão dependentes de insulina exógena para toda a vida.

Referências Bibliográficas:

Medscape. Type 2 Diabetes Mellitus. Disponível em:<https://emedicine.medscape.com/article/117853-clinical#showall>. Acesso em: 14 de novembro de 2019.

Ministério da Saúde. Diabetes (diabetes mellitus): Sintomas, Causas e Tratamentos. Disponível em: <http://www.saude.gov.br/saude-de-a-z/diabetes>. Acesso em: 14 de novembro de 2019.

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